A LENDA VIVA OSÉAS CARDOSO

Só hoje eu tomei conhecimento do falecimento do meu primo Oséas Cardoso, um famoso político alagoano, ex deputado federal, residente em Brasília, por isso, peço-lhes permissão, para usar esse espaço, a fim de homenageá-lo, essa LENDA VIVA DA POLÍTICA BRASILEIRA E REGIONAL..

Faz tempo, escrevi sobre ele:

Nossa família, era de origem abastada e como exemplo, lembro-me do primo José Cardoso, um velho senhor, grande usineiro alagoano que, certa vez, foi-me visitar em Recife, onde residia e presidia a Associação dos Usineiros de Açúcar, do nordeste, quando eu tripulava um navio mercante que ali aportara. Conversamos bastante e ele satisfez uma de minhas maiores curiosidades sobre um membro de nossa família que, desde menino, eu ouvira falar que era uma verdadeira lenda, naquela época. Tratava-se de seu irmão, meu primo de terceiro grau, o famoso deputado federal Oséas Cardoso, homem valente, corajoso, honesto, político de quem se dizia que já havia matado vários jagunços, apenas os que foram pagos para matá-lo. Lembro-me que lhe disse: Não conheço esse primo famoso, seu irmão, mas tenho por ele o maior respeito e admiração. E ele me respondeu: "muita coisa é folclore e calúnia, mas a maioria das coisas que dele escreveram é a mais pura verdade." E agora, após pesquisar sobre ele, posso afirmar que minha admiração é maior e meu desejo de conhecê-lo, pessoalmente, é imenso. Realmente, em todas as pesquisas que fiz, sobre ele, para minha grata surpresa, todos que dele falaram ou escreveram, teceram os maiores elogios a essa figura impar, única e ouso dizer ainda mais: Por tudo que vivenciou na política estadual e nacional, Oséas jamais será esquecido. Hoje, ainda vivo, é um dos moradores mais ilustres de Brasília e, lá, ainda representa o estado das Alagoas, para orgulho de nossa família e de seus conterrâneos. Foi assim, que encontrei resposta para algumas de minhas idiossincrasias, as quais, agora, reputo genéticas. A seguir cito algumas destas pesquisas, onde identifico as respectivas fontes:

Sobre ele, meu primo Oséas Cardoso, assim escreveu Gilberto Amaral.

"Exorcizando os demônios:

Deputado federal por mais de duas décadas, Oséas Cardoso (foto) ainda carrega no sangue a paixão pela política, que se aninha no seu coração um degrau abaixo de sua primeira e mais terna paixão, a mulher, dona Lilita. Dedica sua inteligência aguçada a escrever mais um livro de memórias, relembrando o período do governo Silvestre Péricles, em sua querida Alagoas, de 1947 a 1950. O título do primeiro capítulo já diz tudo: O demônio andou solto em Alagoas.

-" O título do livro, só dou quando terminar - diz Oséas, enigmático

Ainda sobre esse MITO, que eu tenho a honra de afirmar que é meu primo, assim escreveu Sebastião Nery: excerto do livro "1950 histórias, 5 volumes em 1" - cover

1665

"Oséas Cardoso, deputado, fez fama de valente. Tranqüilo e educado como um cônego em férias, ninguém diria que fosse capaz de pegar em um canivete. No entanto, em suas mãos já repicaram metralhadoras, Durante anos tentaram riscá-lo do mapa político do Estado. À bala jamais conseguiram. Tiveram de usar da caneta em 1964.

Foi fazer comício em Palmeira dos Índios, terra de Graciliano Ramos e da família Mendes, inimigo de morte de Oséas. A cidade ficou esperando o comício para ver de que lado ia começar o tiroteio.

Quando subiu ao palanque havia um silêncio de mandacaru. Todo mundo duro, espiando. Lá em cima, só ele. Ninguém queria jogar a vida por um microfone e algum voto. Menos Sebastião baiano, mulato discursador. Ficou indignado, subiu e pediu a palavra:

- Minha gente, é um absurdo que venha um homem ilustre a esta cidade e ninguém suba aqui para saudá-lo. Por isso, vim dizer ao doutor Oséas que esta é uma cidade civilizada e nós vamos ouvi-lo. E vocês precisam saber que o doutor Oséas tem, no nome, todas as virtudes de um grande cidadão: tem o O de honestidade, o S de civismo, o E da inteligência, o A da harmonia e de novo o S da civilização.

Naquela noite não houve bala em Palmeira dos Índios."

jlc
Enviado por jlc em 29/06/2013
Reeditado em 01/07/2013
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