PELA JANELA DOS TEUS OLHOS

PELA JANELA DOS TEUS OLHOS

Porque não expressas o apreço

Que prezas por mim ?;

Faço preces para te entender.

Mas minha pressa não repreza

O teu silêncio e a expressão que tens

Qual um manequim.

Gostaria de expor a minha vontade incontida;

Percebendo-te se és real ou se tu mentes ;

Para ver-me através da janela dos teus olhos, minha porção anjo adormecida ;

Descobrindo-me a verdade pelo que tu sentes.

Mas se estou monstro ou se sou anjo...

Onde está a ponta desse véu?

Perante teu ostracismo eu não me desmancho ;

E permaneço no umbral de um inferno-céu

Se me vês mais do que eu mesmo posso me ver;

Eu por minha vez, não entendo a linguagem do mudo;

Sabes o quanto me esmero para ser sincero e poder te compreender ;

Todas as tuas conjunções de mas, porém, todavia e contudo.

Espelho, espelho meu,

Diga-me quem tu és;

Se já me conheces pelo avesso e ao revés.

O tempo soou;

Só sei que não sou

O que por ora estou.

PEDRO FERREIRA SANTOS

Petrus em 02/04/07