HOMENAGEM - GONÇALVES DIAS / CANÇÃO DO EXÍLIO - (dueto? pretensão)
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)
XXX
EXÍLIO DE ENCANTOS
Das palmeiras do teu canto,
Também eu encontro cá;
Minha terra tem palmeiras,
Nela pousa o sabiá.
Nosso céu sempre tão belo,
Nossas várzeas multicores,
Nossos bosques em verde viço,
Nossa vida em mil amores.
Refletindo inda me pego,
Transportado para lá;
Minha terra tem palmeiras,
Nela pousa o sabiá.
Minha terra tem encantos,
Dos quais me prendo, eu cá;
Refletindo - inda me pego -
Transportado para lá;
Minha terra tem palmeiras,
Nela pousa o sabiá.
Queira Deus que eu não morra,
Sem meu pouso ter por lá,
Pra desfrutar dos encantos
Que não deparei por cá,
Sem deslumbrar as palmeiras;
Nela pousa o sabiá.