FRYDA

Hoje a memória é de pensamentos,
não é vaga, sem discussão,
minha preta, que saudade!
Ai...como aperta o coração!
Não é sorte minha, pegou de surpresa
e o pior, não prestei muita atenção,
de repente, você ficou cinza,
como dói meu coração!
Se você fosse pessoa,
hoje seria sua missa de sétimo dia,
mas como era um animal gente,
brindo você com um conhaque,
porque estou debilitada, resfriada
e gelada, de frieza, de revolta,
alguma coisa tem que me esquentar
e me ajudar a engolir,
tem que ser forte, bem forte,
descer rasgando, junto com as lágrimas
salgadas, bem salgadas
e quente, igual a minha raiva,
"disfarçada", porque temo a Deus,
tenho medo de mais um castigo.
Porta-retratos na estante da sala,
fazem companhia com outras saudades,
lembranças passadas dos amores,
é, pois nunca mais voltará, só as lembranças
e a história linda que ficou, um dia vou contar.
FRYDA será o título, prometo, pode esperar,
e garanto, você aí, vai gostar!


Regina Zamora