VELHICE

O vergel colorido em festa,

A casa quase vazia

É tudo o que me resta

Dessa vida de magia.

Viver, acaso, assim seria

Caminhar no colo do tempo

Rumo às rugas da velhice

Trazendo nos olhos o lamento?

Viver, acaso, seria assim

Trazer no colo seco das mãos

As marcas quase sem fim

Das ferroadas da solidão?

Tanta gente passou por aqui

Fazendo-me entender que passar

É sinônimo de prosseguir.

por isso ninguém quis ficar.

Tanta gente por aqui passou,

Fincou lembrança em mim

E seguiu por aí, voou

Por este mundo quase sem fim.

Fiquei eu e minha velhice,

Par cada vez mais íntimo,

Raspando cacos e crendices,

Alisando da alma os vincos.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 25/05/2013
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