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O  AMOR DE MÃE
Ysolda Cabral


 
 
O dia muito de mansinho foi chegando, assim meio que acanhando, tão acanhado que só percebi pelo perfume de lírio que pairava no ar, como café da manhã. Abri  os olhos, me espreguicei - como é bom a gente se espreguiçar, ainda na cama, ao acordar!  Então me lembrei:  hoje é o Dia das Mães e logo pensei: que bobagem! Todo dia é, para quem tem mãe, evidentemente, pois  para quem não tem é um dia terrivelmente triste. Desisti até de levantar e a fome que sempre acorda comigo, desapareceu como num passe de mágica. Aninhei-me na cama, agarrada ao meu travesseiro de menina, me enrolei no lençol e fechei os olhos disposta a dormir até que chegasse outro dia. De repente lembrei-me de alguém muito especial, me dizendo, ainda ontem mesmo; “quem disse que sua mãe morreu Ysolda Cabral?” Parei, fiquei com todos os sentidos aguçados e definidos e deixei a memória me lembrar, absorvendo todas as considerações feitas que advinham do argumento inconteste da prova que mamãe não morreu: NÓS, seus filhos, e,  até nossos filhos, seus netos, sublimes presentes de Deus e dela, para que soubéssemos, com  toda  plenitude, o significado do seu amor. O AMOR DE MÃE.

Feliz Dia das Mães para todos nós!



Foto

Na foto de outubro de 1954, Yara, mamãe( Dilça)  e eu. Depois de nós vieram os gêmeos Iris e Ilo e Inára.