= Simplesmente Chiquinho =

Vai, Seu Chico!

Chico menino, que junto ao Menino Deus, foi rever a sua história, reencontrar sua Zélia amada, sua filha Lurdinha, seus pais, seus parentes e amigos, que se foram primeiro para preparar a sua morada.

Chiquinho menino, que o tempo não conseguiu envelhecer. Amou a vida e todos que junto a ele caminhavam.

Seus passos lentos, não pela idade, conduziam com prudência, o peso de todas as experiências vividas, depositadas em sua arca, seu valioso tesouro.

Para os netos e bisnetos, o vozinho, o vozão, para os irmãos, parentes e amigos, e também para a sua amada, Chiquinho.

Dedicou sua vida a cuidar da terra, sua eterna amiga, e da sua amada família.

Sua maior riqueza era a felicidade...

Moleque e travesso, sempre improvisava as suas troças...

Vá, Seu Chico! Vá onde o amor de Deus puder levar-te... Nossos corações saudosos, sempre choram, mas jazem agradecidos por cuidar de cada um de nós, fazendo parte de nossas vidas.

Você não mais sentirá o ardor e a exaustão da caminhada, embarcará numa nuvem branquinha, conduzida por anjos, com certeza o levarão para a casa do Senhor Jesus Menino.

Senhor Francisco, seus filhos, netos, bisnetos, genros e noras, amigos... sentimos profundamente a sua partida, e também nos alegramos pela sua longa e vitoriosa caminhada.

Temos certeza que o céu está festejando, festa com mesas fartas com doces, chocolate e picolés, quem sabe até uma cervejinha preta, tudo para recepcioná-lo.

Tomara Deus que o senhor continue criança, tal e qual Peter Pan, que jamais se permitia crescer.

Vá com Deus, menino guerreiro!

Estaremos sempre a orar por você....

Para sempre em nossos corações.

Francisco Coutinho

18/10/1920 a 16/04/2013

Meu portão não mais sorri...

A tristeza tomou conta, não ouço mais o seu ranger.

Fechou, assim como fecham os corações que se perdem no vazio da solidão.

Abro-o, vou para o meio da rua, olho, nada vejo!

Por que tem que ser assim?

Dantes eram eu, você e o portão...

Quantas coisas boas desfilavam ali!

Lembra, meu menino fujão, dos nossos amigos que por ali passavam, não deixavam de parar e compartilhar do seu sorriso. Nele, com certeza, haviam alma, amor e a pureza do menino de noventa e três anos. Quantos sorrisos marotos, assovios, acenos de mãos, e os abraços das moças e senhoras que por ali sempre passavam. Seus olhos buscavam os meus com um brilho de vitória. Você dizia para os outros após cada abraço, que lhe eram dados... “ele (eu) morre de inveja de mim” sorríamos gostosamente com a alma, eu lhe passava as mãos pelos seus lindos cabelos brancos e dizia: “ o senhor é mesmo um garanhão, abraça e beija todas as mulheres bonitas, não sobra nada para mim." Nesta hora o seu sorriso largo era eminente.

Que bom que todas aquelas mulheres, que diariamente por aqui passavam , entendiam e gostavam muito do senhor, compartilhavam da nossa alegria. Você era para todos, o vozinho amado.

Sua poltrona colocada estrategicamente à beira do portão, era um convite para que desfrutassem de seus sorrisos e abraços. Quantas brincadeiras!

Como era feliz aquele portão!

E agora, meu querido menino fujão... Você se foi como um grande pássaro migratório, voou pela brisa mansa que o conduziu para outra paragem. Lá também deve existir outros portões, outros amigos, outro (eu) que junto a você esparramaram muitos abraços e sorrisos.

Foi um privilégio, meu menino amado, ter compartilhado de seus dias, sorrir e chorar com você. Com certeza São Pedro abrirá o portão do céu, colocará outra poltrona, bem defronte, para que todos que ali chegarem, possam ouvir o seu portão sorrir.

Obrigado meu amigo!

Agradeço a Deus por ter ouvido o meu pedido. Eu pedi a Ele que me desse vida, pelo menos uma hora, depois de seu passamento, eu sentia medo de morrer primeiro, queria desfrutar de sua companhia até o seu derradeiro momento.

Tonho Tavares.

ANTÔNIO TAVARES
Enviado por ANTÔNIO TAVARES em 26/04/2013
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