Morte de John
Ele estava em frente à lareira. Seus olhos castanhos ainda brilhavam com o iluminar das chamas que ardiam diante ao fogaréu que queimava em sua frente. O cigarro ainda posto na mão esquerda sibilava entre a fumaça caída no tapete preto aveludado, que tocando sua mão fazia-o parecer mais majestoso do que já era.
Toda aquela cena foi à anunciação do momento que John Henrique deixou de ser vida para, servir a morte. O vinho posto elegantemente na mesa ao lado, denunciava que ainda não tinha sido bebido, e que só estava ali para compor a cena, como ele fazia todos os dias. O cabelo perfeitamente arrumado emoldurava o rosto do falecido elegantemente. Composto por seu roupão de seda arroxeado, detalhado com pequenos, mas perfeitos detalhes dourados, vestia-o impecavelmente parecia até que estava esperando por esse momento. Eterno e sereno.
Ele abandonou-nos, foi embora para sempre desse mundo cruel empestado de pessoas falsas e insanas. Nada que existia aqui nessa vida parecia ser o bastante para ele, pois sua alma ansiava por muito mais. E a morte tinha sempre sido a sua primeira opção. Que se dane a vida, porque eu amo a morte. Era isso que dizia o bilhete que agora estava sendo tocado pelas chamas queimando lentamente, e assim, o dono de tudo aquilo parecia dormir angelicalmente.