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Hoje é dia de prestar homenagem em amarelo e vermelho aos gnósticos cátaros que foram queimados de maneira covarde no interior do castelo de Montségur em 16 de março de 1244, simplesmente porque combatiam com atitudes simples de amor e sabedoria a uma hierarquia religiosa corrupta e concupiscente. No interior da fortaleza de Montségur foi possível sentir no fundo da alma a pureza de nossos antepassados e a sua sabedoria que transcendia aos limites da teologia e alcançava desde os astros que brilham nos céus até as estrelas que cintilam no coração de cada um de nós. "Als catars, als martirs del pur amor crestian. 16 Mars 1244."
Aqui diante de mim,
eu, pecador, me confesso
de ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
que vão ao leme da nau
nesta deriva em que vou.
Me confesso
possesso
das virtudes teologais,
que são três,
e dos pecados mortais,
que são sete,
quando a terra não repete
que são mais.
Me confesso
o dono das minhas horas
O das facadas cegas e raivosas,
e o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
andanças
do mesmo todo.
Me confesso de ser charco
e luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
que atira setas acima
e abaixo da minha altura.
Me confesso de ser tudo
que possa nascer em mim.
De ter raízes no chão
desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.
Me confesso de ser Homem.
De ser um anjo caído
do tal céu que Deus governa;
de ser um monstro saído
do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu.
Eu, tal e qual como vim
para dizer que sou eu
aqui, diante de mim!
escribalice
- Miguel Torga, Livro de Horas
Cátaros: Extermínio dos puros
Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/cataros-exterminio-puros-435805.shtml
Leia mais: http://universotrade.blogspot.com/2012/10/cataros.html#ixzz2NkZXEGWf