Cinco Palavras - Palavras Ao Professor

Sabe quando você precisa escrever algo? Em sua mente está tudo já alicerçado e composto da melhor forma, mas quando se vê a sós com papel e caneta foge tudo como se fosse pássaros a tomar a liberdade quando por descuido aquele que lhe aprisionou esqueceu a pequena porta de sua “prisão” fechada?

Pois, bem, cá estou assim, mas hoje impulsionado pelo término de um livro que há dias eu vinha lendo, percebi o que já habitava em minh’alma, “Talvez ou amanhã não exista”. Você ao ler isto deve estar imaginando, “já se foram dois parágrafos e ainda não compreendi, onde estas palavras poderão me levar”.

Então, vamos parar de olhar o amanhã pela janela que abrimos a cada dia, não que isso não seja importante, mas, a essência de onde quero chegar, é de um passado não tão distante, mas que faz nós deixarmos o presente e o futuro de lado para podermos olhar o passado e dele tirar aquilo que nos foi bom, um passado marcado por experiências, que mesmo que não haja fotos que ilustrem o que o tempo levou, os flashes estão sempre a iluminar o coração. E agora você ainda pensa, “Se vai mais um parágrafo e ainda posso não ter compreendido a moral...” Talvez eu entregue no parágrafo seguinte o que se esconde nestas poucas palavras.

Era manhã de junho de 2007 eu já quase preparado para uma “nova vida” que estaria a começar em pleno meus 16 anos de idade, como somos seres humanos e estamos vulneráveis a adoecer de um dia para outro, lembro-me deste passado não tão distante como se fosse agora, uma pequena evolução em um problema de saúde me levou a ter a experiência de ser um cadeirante, pronto, entreguei o que queria dizer a você, mas para não perder toda descrição, me atrevo a continuar a escrever, pois, aqui não posso parar... Às vezes somos levados a ver nossos professores ou diretores como pessoas que nunca vão estender as mãos para nós alunos, o que já nos lança em contrariedade, pois, é deles que recebemos aquilo que precisaremos para chegar a quem queremos ser um dia. Eu pude ver que também além de nos dar esta carga que levaremos por toda nossa vida, alguns vão lhe estender as mãos, pois, quando não pude mais caminhar com minhas próprias pernas e precisei de amigos para “serem as minhas pernas” foi você quem me trouxe a primeira cadeira de rodas, onde pude ir para escola durante os dias subsequentes... Bom, desta parte irei parar por aqui...

Apenas queria de alguma forma lhe agradecer por este apoio, e dizer que o tempo leva os dias, os anos e isso é inevitável, mas o que não me esquecerei foi de quando você deixou o que havia de fazer de lado para poder me ajudar, e mesmo passando este certo tempo, sou muito grato, hoje posso caminhar novamente com minhas próprias pernas, talvez foi um tempo de reflexão do valor do caminhar, e já falando em caminhar, quando olho para o que já caminhei fica impossível de não lembrar que lá trás quando alguns queriam me ver rastejando, você quis me ver andando, mesmo que ainda numa cadeira, mas em movimento, por que isso nos remete a nunca parar e estacionar a nossa vida, e se naqueles dias eu não parei nem estacionei o meu viver, quem me ajudou foi você, agradeci já a muitas pessoas que se fizeram presente neste pequeno martírio, e já estava na hora de lhe escrever algo, mesmo que não seja a mais bela obra já lida por você, acredito muito que a beleza da vida está no reconhecer as pessoas que merecem ser reconhecidas por aquilo que fazem não frente a sua posição social, mas com o que lhe torna humano, e com minhas humildes palavras perdidas neste texto queria poder dizer “Muito Obrigado Mesmo, Minha Amiga” tudo se resumiria nisto, em cinco palavras, mas preferi compor cinco estrofes, e vou ter que me obrigar a parar por aqui, não quero incomodá-la com mais cinco estrofes, apenas terminar repetindo estas cinco palavras como se fosse um refrão de uma linda canção “Muito Obrigado Mesmo, Minha Amiga”.

Xande de Matos
Enviado por Xande de Matos em 11/03/2013
Código do texto: T4182840
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