TENHO UM AMIGO QUE...
No início da madrugada de 15 de fevereiro de 2013
Tenho um amigo que, quando chega, me traz leveza (não superficialidade) e serenidade. Talvez, talvez, talvez nunca nos venhamos a conhecer pessoalmente; sei que quando ele chega me traz serenidade e leveza, e isso é algo sem-par na minha vida; não que eu não aceite de bom grado as não levezas, as não serenidades, que é o que tenho feito desde sempre, desde sempre, desde sempre: aceitar de bom grado as não serenidades e as não levezas, já que elas constituem grande parte, também, da minha própria natureza. Grande parte: não são toda a minha natureza.
A questão que me toca e perturba: trago eu leveza e serenidade a esse amigo que, talvez, talvez, talvez nunca venha a conhecer pessoalmente? Ah, quero crer nisso, deveras. Eu quero crer nisso, mas, não é fácil nem simples crer nisso. Ora, alguma vez algo foi simples em minha vida? Nada, jamais, me tem sido simples, muito menos a leveza, essa dádiva tão simples para tantos, que para mim constitui um verdadeiro, quase impossível pequeno milagre.
“Por que não nasci eu um simples vaga-lume?” Teria sido tão bom! Teria brilhado, enquanto durasse! Teria iluminado caminhos para outros seres, na escuridão!
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