"Eu não tenho filosofia; tenho sentidos..." Alberto Caeiro

 
A alma das coisas 

 
Quem és tu, Fernando?
Senão mar e firmamento
implodindo-te em versos imortais?
 
Diverso, perplexo, inquieto
completo, complexo, harmônico?
Perlustras tabacarias, ruas, tavernas
sorves regatos e montes e árvores
e flores e sol e luar...
A cada segundo não és o mesmo
e revelas a alma das coisas, Fernando!
 
Na solitária escrivaninha
o místico, o uno, o gênio,
os múltiplos: Caeiro, Campos, Reis...
O mestre, o sensacionista, o melancólico...
A emoção a entreter a razão?
 
Legaste ao mundo o drama
de todas as épocas, todas!
Qual o misterioso porquê 
de haver estrelas e gente?
Enriqueceste céus e terra, Fernando!
Redescubro o eterno prazer de ler-te.



(republicação)
Isabel Campos
Enviado por Isabel Campos em 24/01/2013
Reeditado em 05/11/2015
Código do texto: T4102455
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