O aroma do café e a saudade!

Saudade do café da minha mãe...

Acordava com o aroma. Com aquela preguiça deliciosa. Ganhava um beijo dela que era abençoado. E lá para o trabalho eu caminhava.

Era uma escola, quase em frente da minha casa. Eu não tinha colegas de trabalho... Não! Eu amava a todos e chamava-os de amigos. Uns devo muita obrigação. Os alunos eram todos do bairro onde muitos eu vi nascer e crescer. Eu que não tinha família em Mato Grosso abraçava-os dentro do meu coração como minha família. Eram tudo pra mim aqueles meninos e meninas parecendo flores no jardim que se chamava esperança. Cada qual com seu jeito de ser, seu sorriso e de sentir a vida. Povo simples que guardo por ti esse amor.

E a vida seguia... As dificuldades eram enfrentadas não existiam reclamações e sim uma fé em DEUS inabalável. Não pensam que era fácil, mas a união fazia a força e a gente lutava.

À tarde quando eu chegava do serviço, ela corria fazer um cafézinho novo.

Às vezes a Jenice estava comigo, e sentavámos nós três à sombra da mangueira para saborear o café... E era tão bom!

E lá no portão era o Amarildo que chegava, Sr. João Ladeia, o Santo, o Jorge, o Dailson e a Márcia, a Elisa, dona Odete, Ana, Joana, Lídia, Guilé, Matilde... E o pessoal do Couto, os Ardaia, os Duarte... Era muita gente... Um bairro! Meu bairro do Rodeio! Eu não me esqueci de ninguém é que não cabem nessas linhas... Todos vocês, mas saibam que estão no meu coração!

E as criançadas penduradas nas goiabeiras... Era uma gritaria! E lá vinha outro café! Risos, piadas e amizade. Sim muita amizade!

E a noite chegava de mansinho, uns iam pra suas casas, todas ali pertinho! Outros para janta ficava, e graças a Deus nunca faltou nada.

Assistia a uma novela que nem atenção dava, pois os assuntos eram mais interessantes. Depois alguns íam embora e outros pousavam. Cochão pelo chão.

Não havia falsidade, fofoca ou a tal inveja... Só tinha um montão de amor, amizade e companheirismo com lealdade!

Ainda pergunta o que é felicidade?

Hoje é saudade... Saudade daqueles que estão tomando esse café com minha mãe. Saudades daqueles que não posso ficar junto...

Mas o importante fui feliz! E amo o povo do bairro do Rodeio!

Como me faz falta o aroma do café da minha mãe, minha mãe e o calor daquele povo!

KHASSANDRA GREEN
Enviado por KHASSANDRA GREEN em 18/01/2013
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