A outra margem
Jogas tuas palavras num rio
Eu pesco-as
Brota meu sorriso
Meu riso
Minha gargalhada
Rede sai carregada...
São histórias
Presas na memória
Temperadas pelo tempo
e pelo talento
de um nobre bruxo.
Deleito-me
porque aceito-te...
Recolho tuas pérolas
e faço colar com elas...
Me divirto
Não me canso
Insisto
Continuo lendo, lendo, lendo
Sem perceber...
Alcanço a outra margem
Do rio.
Nessa imagem
O riso vai embora
Minha alma chora
Porque descubro
que as palavras que pesco
são gritos e sussurros
escritos em versos
que podem roubar meu riso
ou furtar minha lágrima....
(Homenagem ao nobre bruxo Tristão de Alegrette)