Para Florbela e Augusto: Do(i)s Anjos

Tira da tua alma encarnada

O fel da tristeza que contém

Chore por noites e madrugadas

Escarre o veneno que te convém

Invente um poema de amor

Faça juras que não vai cumprir

Engane o diabo com uma flor

Reze para Deus no porvir

Sonhe com quem te causa dor

Faça amor selvagem sem fingir

Grite e goze sem nenhum pudor

Prove o sabor do dissabor

Se embriague com o pior licor

E de porre durma sem sentir.

José Benício
Enviado por José Benício em 26/12/2012
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