A PEQUENA POLEGADA
Meço só meia polegada,
Sou um tanto peculiar,
Só meia mulher,ou criança?
Pequeno ser a sonhar!
Às vezes tangencio a sorte,
E nela tento me agarrar,
A minha metade criança...
É amarelinha a saltar!
Mulher de pulso bem forte,
Também sou um todo inteiro...
Percorro caminhos do norte...
Ao sul, vou num tempo brejeiro!
Também sou um cume bem alto
De amor, de ponta angular,
Perfuro corações num assalto,
Depois rimo pra me desculpar.
E quando sou perplexidade...
Aquela que se colhe aos anos,
Enfrento qualquer realidade...
Versejo e enxugo meu pranto.
Se sou só metade mulher...
Aí eu confesso meu plano,
Pergunto à vida:- o que quer?
Assim fujo do desengano.
No âmago eu jamais sou mordaça,
Sou força no apogeu dos meus versos!
Sou tiro, mas também sou vidraça,
Não quebro às pedras do universo.
No prêmio da maternidade
Lapido o espírito pleno...
Sou plena maturidade,
Na luz que ilumina um conselho...
Também sou forte sedução,
Exalo o perfume das letras,
Eu tenho tanta garra nas mãos,
Eu dito...ai de quem não obedeça!
Não importa... se mulher ou criança...
Sou tudo...naquilo que faço!
E neste espaço ...sou traço,
Sou rima ao OITO DE MARÇO.