Musa dos Dias de Gonçalves
 
Foram-se embora os Dias de Gonçalves, o Poeta,
deixando-me Musa anônima na posteridade que vivo,
sem direito no testamento, de ser chamada de amada.
Restou-me luto poético na qual mergulho enclausurada. 
Cabisbaixo enamorado da caneta, não deslumbrou  
o verde
 de meus olhos dentre o musgo das Palmeiras...
Não me viu debruçada sobre seus ombros, lendo suas
poesias por primeiro... Chamava-me de Amor, mas
mesmo assim não me ouvia respondendo...
Anoiteci lendo suas missivas de dor e não mais acordei.
Foram-se também os meus Dias e noites com Gonçalves!
Preferiu meu amado, fechar os olhos à me esperar.
Entregou-se aos braços do mar, ouvindo o canto da sereia
ao invés do choro do sabiá. Tão iludido estava a procura
da tal felicidade, que resolveu se entregar, não mais lutar.
"Se Morre Sim" nobre poeta, sou prova disso longe de ti.
Pois amargo o fato de ter nascido bem depois de ter me escrito. Num universo paralelo, leio todas suas cartas e
deixo as respostas no parapeito da janela.
Unidos eternamente estaremos, de braço dados na estante de poesias.
Saudades sinto de
                    GONÇALVES DIAS...


 
Esta homenagem fazparte do projeto 1000 POEMAS PARA GONÇALVES DIAS 
Railda
Enviado por Railda em 10/12/2012
Reeditado em 17/11/2016
Código do texto: T4029339
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