MEU RIO SECO
No leito claro de um rio ando.
Nas suas areias brancas, caminho.
Andando, vou deslizando e,
Em cada curva que encontro,
Dispara a imaginação.
No leito de um rio seco.
Mais que água nos assomam.
Folhas voando ao vento,
Ruídos de gravetos quebrando,
Por sob um céu de cipós,
Um lusco-fusco da luz e
Sombra que, vão se alternando,
Apertam meu coração de menina,
Que só sabe viver amando
Divagações dedicadas ao rio temporário da minha infância, Juré situado em Cabaceiras/ município de Reriutaba, sertão do Ceará que quando estava cheia de água trazia esperanças e sonhos e quando estava seco me inquietava e fascinava disparando a minha imaginação.
Não sei qual era o tempo melhor, pois que seco era mais que imagens de caminhos, era as próprias estradas cheias de curva a incitar a minha imaginação sobre o que viria após cada curva.
Até hoje muito tempo depois, adoro imagens de caminhos, pois elas sempre insinuam o quanto eu posso caminhar, quantas veredas ainda posso seguir... e todas elas indicando que o fim dessa estrada é sempre o INFINITO. Posto esse texto pensando no meu primo Carlos David Morais, pois ele como eu carrega dentro de si, as coisas da nossa terra.
( de Assis Furtado,11/12/12)