TRIBUTO AO DRAMATURGO ALCIONE ARAÚJO

Meu coração está de luto em virtude da partida do primo Alcione Araújo, 67 anos, dramaturgo, escritor, roteirista, novelista e homem de teatro, o qual viajou com destino aos planos superiores na madrugada do último dia 15/11/12.

Veio ele de Ouro Preto com sua mulher, Dulce Lobo, pernoitaram num hotel da Savassi em Belô e deveriam voar de manhãzinha para o Rio de Janeiro, onde moravam, quando foi vitimado por uma parada cardíaca.

Alcione, antes de tudo um filósofo, foi homem de palco, escreveu e dirigiu várias peças teatrais (Doce Deleite, Há Vagas Para Moças De Fino Trato, A Doce Guerra Da Passarela, Sob Neblina Use Luz Baixa, Jorge, Um Brasileiro e muitas, muitas outras criações que marcaram sua trajetória no teatro brasileiro), além de ter escrito vários livros (Nem Mesmo Todo O Oceano, Pássaros De Vôo Curto, Ventania) e assinado crônicas brilhantes no jornal "ESTADO DE MINAS", sendo também roteirista de cinema premiado nos Festivais de Brasília e Gramado. Aqui nas Minas Gerais tinha em Fernando Sabino um amigo especial e presente em sua vida.

Mineiro de Januária (terra do meu pai), Alcione veio garoto para Belo Horizonte e conviveu conosco na Renascença, os filhos do "Seu" Constantino, seu tio e da Dona Flaviana, juntamente com os meninos do Tio Zé Olimpio e Tia Carmina, os pais do José Antonio de Souza (outro dramaturgo de renome nacional), esses moradores no Padre Eustáquio, vindos daquela cidade às margens do rio São Francisco. Era filho único da Tia Dozinha e do Tio Juquinha, garoto inteligente, meio introspectivo.

O tempo passou, crescemos, nos casamos, cada qual tomou rumos diferentes na estrada da vida e eu acompanhava o sucessos desses primos pelas notícias dos parentes em Belô e nos jornais, destacando suas proezas na escrita, no teatro e na televisão. Há muitos anos

não via, pessoalmente, o Alcione, mas acompanhava sua trajetória pela mídia.

E agora levo um baque desses, ao saber da sua partida assim, rápida e sem aviso prévio, deixando um vácuo no campo das letras, das artes, do teatro e da televisão brasileira. Ficará para sempre em nossos corações e mentes, além da grande saudade que já nos machuca o peito. O homem é matéria, fenece e volta à pátria espiritual um dia, mas o seu trabalho, a sua obra, as idéias que semeou e plantou entre nós permanecem, crescem e frutificam, como a árvore que dá bons frutos.

Descanse na paz do Senhor, primo Alcione Araújo! ...

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B.Hte., 18/11/12

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 18/11/2012
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