ARRUMOU AS MALAS E FOI PRA O INFINITO
Homenagem póstuma à minha irmã LUCELI falecida a um mes e meio
Aos poucos foi arrumando a bagagem, pois sabia que não tardaria a receber o chamado para o infinito. Ela só não sabia qual seria o meio de transporte que seria enviado à terra para leva-la.
Uma frase que sempre, constantemente usava, ao referir-se à volta ao Pai, que era esta: (Viemos ao planeta para depois de nos lapidarmos vultarmos mais leves e tão puros quanto um diamante,) mas para isso, não seria necessário que tivéssemos que sofrer e foi exatamente o que não aconteceu com ela, que nem teve tanto tempo assim, segundo o nosso entendimento, para arrumar a bagagem com tranquilidade, teve pouco menos de dois anos tentando, e por todos os lados uma ajudinha para que sua volta não fosse assim tão dorida.
A menina que se fez adulta, tinha hoje pouco mais de sessenta anos para tentar aprimorar-se, sendo alguém de muita fé, muito otimismo, super inteligente e humana, generosa, apaziguadora, segura em alguns setores da vida e medrosa, dependente de companhia para se deslocar para algum lugar desconhecido, ou pouco conhecido, uma filha simplesmente maravilhosa, irmã, tia, amiga dos amigos em qualquer situação, encontrava sempre soluções para quaisquer problemas, funcionária exemplar, uma pessoa que amava a vida para a qual ainda tinha tantos planos e sonhos a serem realizados; mas a Lei Maior, deve ter necessitado dos seus serviços, da sua generosidade, da sua inteligência, da sua simplicidade por isso a chamou, tirando-a de nós, deixando em seu lugar uma lacuna que só será preenchida com a saudade que a cada dia germinará, ainda mais e a qual havemos de regar com as nossas lágrimas já não tão sofridas, pois isso não a traria de volta e talvez com a nossa dor, ela viesse a sofrer e como lá, no infinito onde está agora, prosseguirá viva em espírito, à nós, nos conforta tê-la em essência e pelas recordações que nos unirá até que possamos nos reencontrar.
Enquanto isso não acontece, nos contentamos com os seus exemplos, com a forma cheia de graça de como ela dizia algumas coisas, (corras) como falava, mesmo sendo uma mulher altamente culta, ela adorava falar para as pessoas mais simples e da maneira mais clara usando o linguajar que só ela sabia, só para ser entendida onde quer que estivesse.
Agora, cá estamos nós, aguardando a nossa vez de sermos chamados para o encontro com o Pai, mas enquanto isso também não acontece, eu, particularmente, guardo suas cinzas até que ipê amarelo esteja pronto para recebê-la, como era sua vontade.
Vá em paz minha querida e eterna mana e no dia que eu ouvir sua voz dizer:( Mana querida como chama-me, tu vai ali comigo?) Saiba que eu irei sem querer saber pra onde, pois certamente é porque chegou a minha vez de deixar este planeta em busca de o infinito.
Como sempre, um beijo no teu doce coração de irmã, amiga e companheira de tantos anos e em todas as horas.