Recordando
Qual o valor do dinheiro se não o de uma cifra,
A levaram como fosse manchete de revista,
Troféu em estante,
Agora distante.
A amputaram de mim, não podia ter sido assim...
Como o açoite do carrasco.
Por noites vazias, claras, não sei o que faço...
Asco!
Nas paredes, os fios,
A chamo desvairadamente por assovios,
E só ouço o eco no rio...
Partiu a chalana nas corredeiras,
Partiu junto ao tempo...
Tempo cruel.
Tempo sábio.
Me tira, tempo, o véu da realidade, conforta-me de tanta saudade,
Volta tempo! Me traz o dormir amontoado,
Minha vó e meu Avô do lado...
Tempo sagrado.
Queria eu, não ter panelas,
Queria eu as janelas de outrora,
Queria eu, ver lá fora, a cerca velha enferrujada,
Queria eu, não ter bela faxada,
Queria eu, não sofrer a mazela, tampouco ter diploma, e não ter de sofrer o coma da ausência dela (vó).