Recordando

Qual o valor do dinheiro se não o de uma cifra,

A levaram como fosse manchete de revista,

Troféu em estante,

Agora distante.

A amputaram de mim, não podia ter sido assim...

Como o açoite do carrasco.

Por noites vazias, claras, não sei o que faço...

Asco!

Nas paredes, os fios,

A chamo desvairadamente por assovios,

E só ouço o eco no rio...

Partiu a chalana nas corredeiras,

Partiu junto ao tempo...

Tempo cruel.

Tempo sábio.

Me tira, tempo, o véu da realidade, conforta-me de tanta saudade,

Volta tempo! Me traz o dormir amontoado,

Minha vó e meu Avô do lado...

Tempo sagrado.

Queria eu, não ter panelas,

Queria eu as janelas de outrora,

Queria eu, ver lá fora, a cerca velha enferrujada,

Queria eu, não ter bela faxada,

Queria eu, não sofrer a mazela, tampouco ter diploma, e não ter de sofrer o coma da ausência dela (vó).

Demétrio Peixoto
Enviado por Demétrio Peixoto em 15/11/2012
Reeditado em 15/11/2012
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