JOHN LENNON... ELIS... MEU PAI...

Na manhã de 12 de novembro de 2012

Quando John Lennon foi assassinado, em dezembro de 1980, chorei sua morte como se todas as velhices inacreditavelmente precoces tivessem virado mar jorrando-me pelos sertões dos olhos; o mesmo ocorreu quando da morte de Elis, quase um ano e dois meses depois. Já por ocasião dos meus próprios “suicidamentos” - calma, gente, falo de suicidamentos sem gestos reais - nunca, antes nem depois fui nem tenho sido capaz de me ser tão grande carpideira como a que fui diante da morte daqueles dois bem-amados. Nunca consegui, por exemplo, nem em sessões de terapia, chorar pela morte de meu inesquecível pai, em 1986, de meu pai que nasceu em um 15 de novembro, isto é, daqui a três dias, dia da proclamação da república no chamado país do futuro, que boa parte considera como o país do presente... é... pois é... do presente...

Ah, quisera “ter nascido um simples vaga-lume” ! Como eu o quisera! Não deu, tive que nascer gente, esta euzinha aqui. Fazer o quê?

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