Junko Furuta
É triste perceber o quão pouco a vida vale
olvidada é a beleza de sua brevidade
em prantos eu vou ao chão mais uma vez
assim como as folhas no outono japonês
passeia linda gueixa na flor da juventude
na pureza oriental que declama sua virtude
derramando sobre Tokyo a sua graça passageira
beleza tão fugaz como o florar da cerejeira
humilhada e violada até o seu fim derradeiro
na privação mordaz de seu atroz cativeiro
sublimada agora a vida não há porque ser forte
a rubra rosa nipônica agora anseia pela morte
44 dias de tortura e no Japão agora é inverno
uma vida fustigada e na morte descanso eterno
o frio dá lugar a primavera em floração
empalidece a bela rosa e desabrocha a mais linda flor do Japão