Junko Furuta

É triste perceber o quão pouco a vida vale

olvidada é a beleza de sua brevidade

em prantos eu vou ao chão mais uma vez

assim como as folhas no outono japonês

passeia linda gueixa na flor da juventude

na pureza oriental que declama sua virtude

derramando sobre Tokyo a sua graça passageira

beleza tão fugaz como o florar da cerejeira

humilhada e violada até o seu fim derradeiro

na privação mordaz de seu atroz cativeiro

sublimada agora a vida não há porque ser forte

a rubra rosa nipônica agora anseia pela morte

44 dias de tortura e no Japão agora é inverno

uma vida fustigada e na morte descanso eterno

o frio dá lugar a primavera em floração

empalidece a bela rosa e desabrocha a mais linda flor do Japão

Jefferson Viana
Enviado por Jefferson Viana em 11/11/2012
Reeditado em 28/02/2020
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