Clarice, escurice
Fumava, a tonta
Escrevia meio humano-anjo-demônio
(Não necessariamente nessa ordem)
Tinha um olhar de quem sabe
Coisas que não queria saber
Triste? Nem tanto.
Cansada.
Espírito forte, ar assustado
Pendia para a escuridão
Olha aí a ironia!
Pensava, como pensava
Com o peito carregado de dúvidas e fumaça
Então, numa manhã de ar salino
Cansou do calor, do marasmo
Acabou por decidir.
Foi-se embora para a Ucrânia
Onde até hoje lá vive
Velhinha, anônima
E sorridente.