Pedindo licença à poetisa Cecília Meireles,
a quem muito admiro, para uma modesta
interação.
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho
ficou perdida a minha face?
Cecília Meireles
CRESCI
Eu não tinha este rosto sereno
Assim alegre, assim feliz, assim adorável,
Nem estes olhos tão brilhantes
Nem o lábio tão amável.
Eu não tinha estas mãos firmes
Tão ágeis, fortes e seguras.
Eu não tinha este coração
Que um grande amor procura.
E eu não senti essa mudança
Tão brusca, tão veloz, tão real
Até onde me considero
Uma pessoa normal?
Fátima Almeida
Breve: Metamorfose em verso e prosa
a quem muito admiro, para uma modesta
interação.
RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho
ficou perdida a minha face?
Cecília Meireles
CRESCI
Eu não tinha este rosto sereno
Assim alegre, assim feliz, assim adorável,
Nem estes olhos tão brilhantes
Nem o lábio tão amável.
Eu não tinha estas mãos firmes
Tão ágeis, fortes e seguras.
Eu não tinha este coração
Que um grande amor procura.
E eu não senti essa mudança
Tão brusca, tão veloz, tão real
Até onde me considero
Uma pessoa normal?
Fátima Almeida
Breve: Metamorfose em verso e prosa