NINO, SAMIR, TADEU

Na madrugada de 30 de outubro de 2012

NINO

Olhos verdes, de gato, corpo de tigre, sensualidade de... faltam-me as palavras como me faltavam diante dele, nos meus tenros 21 anos.

SAMIR

Eu tinha 18 e ele, príncipe árabe de olhos negros, cujo olhar devassava a pele das vestes das mulheres, tocava um violão com o qual aprendi a amar a música. Olhava-me como se visse a favorita futura de harém à distância, ele, homem de muitas viagens; eu, ainda quase uma menina. Ele ficava a olhar-me, apenas. Eu ficava a olhá-lo, apenas, mas, foi-me o personagem principal de infinitos sonhos, acordada quanto dormindo.

TADEU

Meu primeiro amor... amorico, mas fundo demais, para os meus 11 anos. Tadeu, meu primo, com 13. Ele, numa chácara no interior de São Paulo, eu, a paulistana de sempre. Nas férias, dos 11 aos 14 anos ia passar parte delas nessa chácara onde minha tia, viúva, cuidava, além do Tadeu, de mais seis filhos, uma mulher e cinco homens. Brincávamos entre as árvores frutíferas, entre as uvas, as goiabas, os abacates, as laranjas... havia um galo que adorava dar esporadas, das quais morríamos de medo. Quando eu tinha 13 e ele, Tadeu, 15, roubou-me um beijo fugidio, primeiro e único porque, no ano seguinte, começou a namorar firme; aos 17 casou-se, pela primeira vez.

Nota* Com estes três, acabo o “balanço” da minha vida amorosa, tendo voltado ao ponto inicial, o do primeiro amor: Tadeu. Uma volta a todo o círculo que eu gostaria viesse ainda a se tornar espiral.