DIA DO PROFESSOR
Depois que inventaram a categoria dos profissionais da educação a figura do professor ficou diluída.
“A palavra professor vem do latim medieval 'profateri', aquele que professou, que tomou ordens religiosas e que, por ser membro da igreja, podia proferir sermões publicamente, podia lecionar. 'Profateri' vem de 'pro' (em lugar de) + 'fateri' (conhecimento, saber, aquilo que só a Igreja possuia). Ou seja 'profateri' é aquele que está no lugar do, ou representa, o conhecimento. Mas 'fateri', do germânico arcaico 'fader', que por sua vez origina-se do grego 'pater', é 'pai'. Ou seja, professor é aquele que age, que fala em lugar do pai. (...) Os primeiros cristãos foram também os primeiros professores da História, porque «professavam», isto é, declaravam publicamente a sua fé, ainda que lhes pudesse custar a vida”. (blog letratura)
Culpam os professores pelo fracasso escolar e pelo péssimo sistema escolar brasileiro, por sua vez, a categoria dos profissionais culpa os governos que pagam baixos salários, tratam o ensino com descaso e desviam as verbas públicas.
Poucos culpam as famílias que enviam seus filhos à escola por dois motivos: cumprir a obrigatoriedade escolar e usar a escola como um depósito de filhos, seja por necessidades econômicas ou por irresponsabilidade mesmo.
A escola pública já foi modelar e pude usufruir desta experiência frequentando os antigos ‘grupos escolares’. Era a escola típica da classe média; os ricos frequentavam as escolas privadas confessionais e os pobres, em sua maioria, não estudavam..
Creio que a migração rural desencadeou tamanha desorganização das cidades refletindo-se também na organização do sistema escolar. A classe média migrou para as escolas particulares (e para planos de saúde).
Com o desenvolvimento do país, agora uma economia emergente e graças a políticas públicas de combate à desigualdade e à pobreza, uma imensidão de excluídos integra uma nova classe média: novos consumidores de produtos e serviços, incluindo-se Escola e Saúde.
Desta nova classe média surgirão professores com melhor qualificação profissional e as famílias deverão ficar mais atentas à qualidade do ensino oferecido pelas escolas aos seus filhos e ter maior participação nas decisões; as escolas deixarão de ser apenas ‘depósito de alunos’.
Recentemente acompanhei uma entrevista na TV de um economista (não me recordo de quem) na qual afirmava que salários maiores para o professor bem como a tecnologia, sozinhos, não melhoram a qualidade do ensino; exceção para Diretores, administradores escolhidos por um Conselho Escolar, formado por seus pares e representantes dos pais dos alunos.
Tampouco uma carga horária extracurricular preenchida apenas com ‘perfumarias’ (artesanato, esportes e artes) contribui para a melhoria da qualidade do ensino e consequentemente de melhor desempenho escolar, mas, sim, preenchida com mais Matemática, mais Literatura e mais Ciências.
Meu ponto de vista é que Ensino e Educação não são sinônimos e sim atividades que se interpenetram. A atividade escolar requer um bom professor e uma boa equipe de apoio, a Educação requer o concurso da família e da comunidade escolar, bem como de seu entorno social.
Cabe aos governos manter as escolas públicas cabendo aos cidadãos fiscalizar e exigir a boa qualidade do serviço.
Professor é professor!
#prontofalei