Jacinto, meu pai.
Já vinhas perto da padaria do Avelino
Assim naquele jeito próprio de andar
Corríamos então com o mesmo destino...
Irmos tomar banho para depois jantar!
Naquele momento uma alegria surgia
Tomando de assalto o fim do nosso dia...
Orgulhosos,pedíamos a bênção e a companhia!
Vasculhávamos a pasta,atrás do jornal
Atrás de testemunhos da tua chegada
Líamos o que era quase sempre igual...
Eras um Deus que connosco morava
Nada te fazia tremer, nada te tocava
Tinhas na boca respostas e sabedoria
E em nós um público que te ouvia!
Dos dias da infância guardo ternura
Olho para trás e sinto emoção
Sei que o passado não é como a verdura
Sei que não mais floresce no coração!
Ainda assim,do Vista Alegre sinto saudade
Não aquela saudade que faz doer
Também não a que faz definhar
Ou talvez doa às vezes,sem querer...
Sem que eu queira para trás caminhar...
Nota final ; Jacinto Valente Dos Santos é meu pai e é, por tudo, uma figura incontornável da minha vida e da minha história...
Vista Alegre é o bairro carioca onde nasci. A padaria do "Seu Avelino" era numa esquina da minha rua ( Santa Luz ).