Jacinto, meu pai.

Já vinhas perto da padaria do Avelino

Assim naquele jeito próprio de andar

Corríamos então com o mesmo destino...

Irmos tomar banho para depois jantar!

Naquele momento uma alegria surgia

Tomando de assalto o fim do nosso dia...

Orgulhosos,pedíamos a bênção e a companhia!

Vasculhávamos a pasta,atrás do jornal

Atrás de testemunhos da tua chegada

Líamos o que era quase sempre igual...

Eras um Deus que connosco morava

Nada te fazia tremer, nada te tocava

Tinhas na boca respostas e sabedoria

E em nós um público que te ouvia!

Dos dias da infância guardo ternura

Olho para trás e sinto emoção

Sei que o passado não é como a verdura

Sei que não mais floresce no coração!

Ainda assim,do Vista Alegre sinto saudade

Não aquela saudade que faz doer

Também não a que faz definhar

Ou talvez doa às vezes,sem querer...

Sem que eu queira para trás caminhar...

Nota final ; Jacinto Valente Dos Santos é meu pai e é, por tudo, uma figura incontornável da minha vida e da minha história...

Vista Alegre é o bairro carioca onde nasci. A padaria do "Seu Avelino" era numa esquina da minha rua ( Santa Luz ).

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 24/02/2007
Reeditado em 02/04/2011
Código do texto: T392406
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