Autran Dourado deixa marca na história da nossa literatura ...

Waldomiro Freitas Autran Dourado, sua "Ópera dos Mortos", romance, reconhecido pela Unesco, como representativo da Literatura Universal descerra uma bela história encerrada pelos lados da Minas Gerais, em que Rosalina, personagem principal desfia sua solitária história até a chegada de um amor proibido e maldito... o romance mostra a vida e a amplidão da condição humana vivida no terrítório mineiro.

Autran Dourado nasceu em Patos de Minas em 1926 e faleceu no Rio de Janeiro em 30 de setembro de 2012). Filho de um juiz, passou sua infância em Minas Gerais. um dos mais importantes ficcionistas da literatura do país e um dos escritores mais premiados no Brasil.

Sua primeira novela publicada foi A teia (1947), sobre o início de um ciclo sobre a decadência do interior de Minas. Ganhou o Prêmio Mário Sette do Jornal de Letras com Sombra e exílio (1950). Mudou-se (1954) para o Río de Janeiro, onde foi secretário de imprensa da República (1955-1960) no governo de Juscelino Kubitschek. Em seguida mudou-se no Rio de Janeiro, publicou Tempo de amar (1952), Nove histórias em grupos de três (1957) com o qual ganhou o Prêmio Artur Azevedo, do Instituto Nacional do Livro, A barca dos homens (1961), considerado o melhor livro do ano pela União Brasileira de Escritores, Ópera dos mortos (1967), O risco do bordado (1970), Solidão Solitude (1972), Os sinos da agonia (1974), O Novelário de Donga Novais (1976) e Armas & corações (1978). Recentemente ganhou o Prêmio Camões (2000), cerca de 100 mil dólares, pelo importância de sua obra em português.

Em suas obras ,Autran Dourado, focaliza a vida no interior de Minas Gerais e utiliza amplamente expressões locais, mas explora não temáticas regionalistas, e sim os aspectos psicológicos da vida humana: a morte, a solidão, a incompreensão, do outro lado, a loucura, o crime. Esses traços demonstram tanto a origem mineira do autor quanto a influência de James Joyce, Stendhal e Goethe. Além disso, frequentemente revela-se também influenciado pelo Barroco mineiro e espanhol, usando uma linguagem obsessivamente trabalhada e trazendo personagens que são arrastados por forças superiores rumo à destruição. O pensamento de filósofos como Platão, Aristóteles, Nietzsche e Schopenhauer também se manifesta nas obras de Autran Dourado.

"Meus personagens se parecem muito comigo. Eu os conheço muito bem e sofro a angústia que eles sofrem. Não tenho nenhum prazer em escrever. Depois de pronta a

obra, aí me dá uma certa satisfação, mas a mesma que dá quando se descarrega dos ombros um fardo pesado. [...] (Escrever é) também uma fatalidade. Você é destinado à literatura, e não a literatura a você. "

Valdomiro Freitas Autran Dourado

Prémio Camões

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