MINHA NOVA ROUPA VELHA

O meu cérebro de poeta

Funcionando a mil por hora

Trouxe à tona bem agora

Um assunto nada banal...

Um objeto que se usa

Se curte, se gasta, se suja,

Se lava e põe no varal

É lógico que estou falando

Da nossa querida roupa

Esse utensílio que enfeita

E que faz nossa cabeça,

Que se cobiça e se quer...

Mas, falo os particulares

De duas peças singulares

As principais no trajar,

Não, uma peça qualquer!

Uma calça e uma camisa

Me inspiraram estes versos

Pelos anos em retrocesso,

Vinte janeiros contados,

De uso e muitas lavagens...

Calça e camisas queridas

Vocês são em minha vida

Confidentes e bem mais,

São mesmo pra vocês duas

Estes versos que cultuam,

A nossa bela amizade

Minha calça cor de terra

Camisa quadriculada

De uma seda javanesa,

Nunca soube de certeza

O nome do seu tecido...

Só sei que com essas peças

Já abafei em muitas festas

E muitas solenidades

Eu vou morrer de saudades

Da dura realidade,

No dia dos seus puídos

Só uma coisa me conforta

Quando penso o que importa

E a fantasia que se cria,

Me consome e me acalma...

Essa utopia é um bálsamo

Que cura as minhas feridas

Em saber que na outra vida,

Vou rever a minha calça,

Vou usar minha camisa

Pois conforme se acredita,

Camisa e calça, tem alma!

Eis uma justa homenagem

Que eu presto a minha roupa

Não é uma idéia louca

E nem por falta de tema,

Disto, a vida é um seleiro...

São versos mais que sinceros

Pras minhas roupas queridas

Parceiras da minha lida

Este poeta da vida,

Jesus Tavares Pinheiro

Poeta J. Pinheiro

Do seu Livro “Meus versos, minha vida”

Poeta J Pinheiro
Enviado por Poeta J Pinheiro em 05/09/2012
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