GOIANINHA, MEU DOCE RECANTO
(O Meu segundo Lar)
Vila que me recebeu
Quando cheguei lá do “saco”
Ali curti o barato
Da minha curta infância...
Toda a minha alegria
Vivida no dia- a- dia
Naquela doce magia,
Dos meus tempos de criança
O pequeno povoado
Chamado de “Goianinha”
Anos depois, “Jamacaru”,
Isso deixou-me jururu
Por não entender as razões,
Aos domingos íamos à missa,
Passeávamos pela feira
Foi lá que no universo das letras,
Tive as primeiras lições
No sítio onde eu morava
Havia moagem, farinhada
Onde eu com a meninada
A inventar brincadeiras...
Passávamos horas no engenho
Ou na casa de farinha
Era essa a minha vidinha,
Bem alegre e bem festeira
Quase choro quando lembro
Dos meus amigos arteiros
Da grande família ribeiro
Que morava em “carrapicho”...
Das festas de “renovação”
A ouvir canções em versos
Cantadas por “Pedim Cego”,
No seu cordel tão bonito
Como tudo que é bom dura pouco
Minha infância, menos ainda
O sair daquela vidinha,
Deixou-me triste e cabreiro...
Para nos dar educação
A minha santa mãezinha
Tirou-me de Goianinha,
Pra estudar em Juazeiro
E lá se foi minha infância
Também a minha inocência
Brincadeiras de criança,
Tudo ficou para trás!
Cidade grande, só estudo
Só trabalho, só canseira
Aquela vidinha festeira,
Eu não teria jamais!
Hoje, após desilusões
Lutas, trancos e conquistas
Que o destino me reservou,
Guardo em minha lembrança
E tudo o que vivi na infância,
Contarei pros meus netinhos,
Quando um dia eu for vovô!
Poeta J. Pinheiro
Do seu Livro “Meus versos, minha vida”