Cristina, minha mulher.

Creio que o amor existe

Radicado no teu corpo macio

Ilha doce num mar que resiste

Sinal longínquo num farol luzidio

Tendo-te como alvo de preferência

Inclinada sobre um leito de "demência"

Nua, em contornos de escuridão

Alvorados pela luz da manhã...

Manhã de luz pouca

Alvura sombria dos outonos

Rareando o brilho dos teus olhos

Irados doce e calmamente

Alheios à minha voz rouca...

Coração descompassado

Orgasmo próximo e gostoso

Razia no querer e nas forças

Riso nervoso nas bocas

Exclamação nos lábios

Ilusão nos corpos abraçados

Abraço longo de tantos anos...

Mar extenso e infinito

Alimentado a vagas constantes

Inventando o conceito do que é bonito

Autênticas, poderosas e deslumbrantes...

Vagas de amor inteiro

Altaneiro e erguido

Leal e apaixonado

Engrandecido na companhia

Navegado à vela, em calmaria

Tarimbado em paz

Envolvido em poesia...!

Nota final; Cristina Maria Correia Maia Valente é a minha mulher há quase 30 anos,(23 de casado e quase 7 de namoro)divide comigo tudo o que tenho e além disso multiplica comigo tudo aquilo que não tenho... Amo-te baixinha!

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 17/02/2007
Reeditado em 25/09/2008
Código do texto: T384399
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