O Grito de Sylvia

Existe um veneno aveludado no ventre silencioso

Anda! Desça fundo a tal poço – sussurra delgado hálito

Emane! Traga poesias de Sylvia Plath em seus pulsos

Traga licores de outras bocas e beijos resignados

Incline a fronte nua!

Apresente uma sinfonia de lágrimas

Exiba o espelho, as ervas, as águas

Todo seco e negro fluido insubstâncial

Os gritos mortos do impulso da alma

Origine nas unhas navalhas irmãs do sangue

Cerre teu louco e frágil coração de vidro

Abrace o escuro valsando a tristeza

Faça desse dia o pior de todos os horrores

E beije-o, ame-o, deite-se no leito do poço ao som infernal e indefinido

Pois, “dentro de mim mora um grito.

De noite, ele sai com suas garras, à caça

De algo para amar.”.

Homenagem a Sylvia Plath

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 15/08/2012
Código do texto: T3832274
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.