O Grito de Sylvia
Existe um veneno aveludado no ventre silencioso
Anda! Desça fundo a tal poço – sussurra delgado hálito
Emane! Traga poesias de Sylvia Plath em seus pulsos
Traga licores de outras bocas e beijos resignados
Incline a fronte nua!
Apresente uma sinfonia de lágrimas
Exiba o espelho, as ervas, as águas
Todo seco e negro fluido insubstâncial
Os gritos mortos do impulso da alma
Origine nas unhas navalhas irmãs do sangue
Cerre teu louco e frágil coração de vidro
Abrace o escuro valsando a tristeza
Faça desse dia o pior de todos os horrores
E beije-o, ame-o, deite-se no leito do poço ao som infernal e indefinido
Pois, “dentro de mim mora um grito.
De noite, ele sai com suas garras, à caça
De algo para amar.”.
Homenagem a Sylvia Plath