O dia começou no exato momento em que os olhos se abriram. E eu não me incomodei com a claridade que vinha lá de fora... Tudo estava claro, ao alcance dos meus sentidos.
 
Aqui dentro o seu sorriso disseminava luz por todas as esquinas escuras de ruas abandonadas e intransitáveis do meu mundo particular.
 
Eu deixei que por uma fenda você entrasse e vasculhasse o que era somente meu. Abrisse livros. Lesse páginas. Rompesse grilhões. Eu tolerei a ideia de que você encontraria o Menino assustado de olhos em alerta, estático no canto qualquer, tentando ocultar-se... Pois, era preciso conhecer a face desfigurada.
 
O seu sorriso é o que há de mais belo... Ele me faz sentir saudades dos meus risos e ambicionar os dias em que pela casa ouvia-se o som bom e rasgado das gargalhadas.
 
Você me encontrou vestindo trapos. Faminto de afago. Sedento de uma bebida pura e cristalina; digna de uma taça ornada pelo traço perfeito do artista. Você me flagrou num estado de descrença, trêmulo de medo esgueirando as calçadas.
 
No entanto, quando se aprende a gostar, não se esquece. Bastou que me consentisse tomar-lhe o braço, e, assim, protegido, sentisse o impulso viril da coragem capaz de enfrentar os olhares ardis das tristes lembranças.
 
Juntos estamos caminhando e a cada curva sabemos um pouco mais um do outro. Aprendemos a ler as placas que nos dizem até onde devemos ir e são as mesmas que sinalizam a rota certa.
 
Não precisa a perfeição... Seja leal ao que acreditamos ser possível. E isso basta!
 
Sabe?! Aquele Menino acuado tem-se transformado no Homem que vem descobrindo o quanto gosta de você... E isso iluminou o meu dia.
 
Obrigado meu bem!

 
 

Imagem - Fonte: reflexoes.net
Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 11/08/2012
Reeditado em 12/06/2013
Código do texto: T3825762
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.