O VELHO POETA
Seus pés e seu coração já não sustentavam aquele velho corpo cansado.
Mas ele alimentava um sonho, declamar seu derradeiro poema no topo de
uma montanha ou no terraço de um edifício mais alto da cidade. Ele considerava seu poema um apoteótico canto de amor à sua cidade. Porém,
considerando a sua idade e seu estado de saúde, decidiu pôr em prática a última opção.
Dirigiu-se até o edifício, entrou no elevador e apertou o botão.
Chegou ao último andarjá sem vida.
O texto que seria recitado não chegou a ser conhecido. No entanto há quem diga que viu sua alma virar passarinho, sobrevoando à cidade...
Homenagem a Clemenciano Barnasque