O FALCÃO PEREGRINO

“Príncipe da Arrábida”

Jovial coração, em plena liberdade,

Ousado espírito refeito em asas francas

Anelando encontrar de novo a eternidade

Onde se instala o sonho entre nuvens brancas.

António, de seu nome, um moinho construiu

Num doce asilo em Serra-mestra de eleição,

Ternurento projecto de sublimação

Oposto a este mundo vil que já caiu.

Numa encosta altaneira sempre esverdeada

Inebriando um horizonte que lhe sorriu

Onde renasce o sol na frágil madrugada.

Desperta hora a hora um harmonioso hino

Esvoaçante espiral de falcão-peregrino.

Aos sonhos dá guarida em sua moradia

Limpando as duras leivas dos trigais maduros,

Canta pelas veredas trovas e poesias

Ao ritmo da energia em suaves sons futuros.

Ribeiros de prazer, quais fontes de ternura,

A flamejante luz da branca claridade,

Viajam numa torrente d’ água sempre pura

Embalados na fina crença e na verdade.

Liberta, desta forma, em firme singeleza,

A recriada Paz dos dons da Natureza!

Frassino Machado

In MUSA VIAJANTE

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 02/08/2012
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