A DANÇA DA MOEDA DO SALÁRIO MÍNIMO
Lembrança de meu avô,
Homem simples e fiel,
Deixou lição da vida,
Que o tempo não apagou.
Proprietário rural,
Grande trabalho suportou,
Certa vez, na cadeira de balanço,
História me contou.
E hoje refletindo,
Sua sabedoria me traz saudade,
Desse senhor que foi meu lema,
Farei o possível para dedicar-lhe esse poema.
Contava meu avô,
Que na década de trinta,
Possuía trabalhadores fieis,
Recebiam os vencimentos,
Duzentos e quarenta mil réis.
Mil novecentos e quarenta e três,
No dia primeiro de dezembro,
Torna se lei,
Agora a moeda é cruzeiro
Trezentos e oitenta, por mês,
Recebe o capataz e o boiadeiro.
Março, ano de sessenta e sete,
Motivado pela inflação,
O salário por mil,
Fez-se essa divisão,
Quem não entendeu foi o povo,
Que começou a receber a moeda
Em cruzeiro novo, Cento e Cinco.
Maio, mil novecentos e setenta e um,
Vem de volta o cruzeiro,
Então recebe por mês,
Faxineiro e bombeiro,
Bem como o mestre, Otavio,
Duzentos e vinte e cinco cruzeiros e,
Sessenta centavos.
Março, em oitenta e seis,
Moeda muda outra vez,
Empregados ficam desnorteados,
E começam a ganhar,
Oitocentos e quatro cruzados,
Inicia a crise...
Nos supermercados a falta de
Feijão, carnes e ovos,
Em janeiro de oitenta e nove,
O salário passa a valer,
Sessenta e três cruzados novos.
Abril, anos noventa,
Pela terceira vez...
Retorna a moeda cruzeiro,
Três mil seiscentos e setenta e quatro...
E seis centavos.
É honorário mensal,
Do administrador da fazenda,
Do carreiro e do tropeiro.
Agosto de noventa e três,
Os trabalhadores braçais,
Empregados urbanos e rurais,
Seus vencimentos são,
Cinco mil quinhentos e trinta e quatro
Cruzeiros de reais.
Até que em mil novecentos e noventa e quatro,
A inflação dá uma freada,
Pois a URV, surge toda encantada,
Das pequeninas máquinas dos supermercados
Tornou-se rival...
Desde primeiro de julho em diante,
Essa portaria ministerial,
Denominou-se outra moeda oficial,
Pela primeira vez aparece o tal real,
Fica estipulado,
Sessenta e quatro reais e setenta e nove centavos,
Para alcançarmos um feliz natal.
Treze anos de real,
Pelo menos,
O roedor da inflação
Está controlado,
E o da compra:
Para quem trabalha:
Defasado.
Mas mesmo assim,
Somos-nos os tais;
Por favor, abaixe os noventa e um por cento,
E acrescente aos nossos
Trezentos e oitenta reais.
Como curiosidade,
Vale a pena retornar
Ao ano de quarenta e três,
Volta igualar ao valor do mínimo,
Será que vamos começar
Tudo outra vez.
Lembrança de meu avô,
Homem simples e fiel,
Deixou lição da vida,
Que o tempo não apagou.
Proprietário rural,
Grande trabalho suportou,
Certa vez, na cadeira de balanço,
História me contou.
E hoje refletindo,
Sua sabedoria me traz saudade,
Desse senhor que foi meu lema,
Farei o possível para dedicar-lhe esse poema.
Contava meu avô,
Que na década de trinta,
Possuía trabalhadores fieis,
Recebiam os vencimentos,
Duzentos e quarenta mil réis.
Mil novecentos e quarenta e três,
No dia primeiro de dezembro,
Torna se lei,
Agora a moeda é cruzeiro
Trezentos e oitenta, por mês,
Recebe o capataz e o boiadeiro.
Março, ano de sessenta e sete,
Motivado pela inflação,
O salário por mil,
Fez-se essa divisão,
Quem não entendeu foi o povo,
Que começou a receber a moeda
Em cruzeiro novo, Cento e Cinco.
Maio, mil novecentos e setenta e um,
Vem de volta o cruzeiro,
Então recebe por mês,
Faxineiro e bombeiro,
Bem como o mestre, Otavio,
Duzentos e vinte e cinco cruzeiros e,
Sessenta centavos.
Março, em oitenta e seis,
Moeda muda outra vez,
Empregados ficam desnorteados,
E começam a ganhar,
Oitocentos e quatro cruzados,
Inicia a crise...
Nos supermercados a falta de
Feijão, carnes e ovos,
Em janeiro de oitenta e nove,
O salário passa a valer,
Sessenta e três cruzados novos.
Abril, anos noventa,
Pela terceira vez...
Retorna a moeda cruzeiro,
Três mil seiscentos e setenta e quatro...
E seis centavos.
É honorário mensal,
Do administrador da fazenda,
Do carreiro e do tropeiro.
Agosto de noventa e três,
Os trabalhadores braçais,
Empregados urbanos e rurais,
Seus vencimentos são,
Cinco mil quinhentos e trinta e quatro
Cruzeiros de reais.
Até que em mil novecentos e noventa e quatro,
A inflação dá uma freada,
Pois a URV, surge toda encantada,
Das pequeninas máquinas dos supermercados
Tornou-se rival...
Desde primeiro de julho em diante,
Essa portaria ministerial,
Denominou-se outra moeda oficial,
Pela primeira vez aparece o tal real,
Fica estipulado,
Sessenta e quatro reais e setenta e nove centavos,
Para alcançarmos um feliz natal.
Treze anos de real,
Pelo menos,
O roedor da inflação
Está controlado,
E o da compra:
Para quem trabalha:
Defasado.
Mas mesmo assim,
Somos-nos os tais;
Por favor, abaixe os noventa e um por cento,
E acrescente aos nossos
Trezentos e oitenta reais.
Como curiosidade,
Vale a pena retornar
Ao ano de quarenta e três,
Volta igualar ao valor do mínimo,
Será que vamos começar
Tudo outra vez.