As aventuras de Piolho
Pra quem gosta de aventura
Esta história vou contar
História de brigas, amor e ternura
Sei que todos vão gostar
Piolho foi bicho solto
O medo não conhecia
Não “curtia” o conforto
Que o lar lhe oferecia
Então partia sem destino
Sem lenço, sem documento
Pra alguns era um desatino
Pra ele era um alento
Viver a vida em liberdade
Esse era o seu desejo
Sem planos e sem vaidade
Sem dinheiro e sem apego
Mestre no carteado
Dele ninguém ganhava
Mas ficava indignado
Quando o perdedor não pagava
Das brigas não fugia
Qualquer que fosse o oponente
Apanhava e batia
O Piolho era valente
No amor era rufiao
Ate conhecer Pichita
A mulher dum valentão
Que jurou-lhe arrancar as tripas
Mas Piolho era sujeito homem
E intimou o valentão:
“que conversa é essa com meu nome”
O valente assustado, respondeu: “ne nada não”
Na essência, Piolho era uma candura
Não era só um cafunje
Era um poço de ternura
Quando jogava baralho, Pichita deitava em seu colo e ele lhe fazia cafuné.