SÉRIE: MUSAS DE MEUS VERSOS - 40 - Fernanda Wendt
Eu sempre quis a descrição das cenas que o fascínio me apresenta
Agir igual quem tenta retratar a própria vida numa tela
Achar numa aquarela a cor de quem a própria arte reinventa
Como um artista que ostenta a inspiração que só a ele se revela!
E desse modo, há tanto tempo me propus a detalhar tua ternura
A pele alva qual talhada de candura, essa feição de musa medieval
Sobrepujar o trivial, poetizando esse passeio do irreal com a loucura
Que me ilumina em madrugada mais escura com seu olhar angelical!
Seu traje é timidez e seu poder se vai além da infinda fronteira
De uma maneira que a mim só cabe admitir que não me cabe
Ciente que por mais que não se acabe o curso de tanta beleza
Me embrenho em tal delicadeza, como criança que falar nem sabe!
Assim me sinto ao voar no céu tão fascinante que é Fernanda
Tal como o vento da varanda que traz notícias de uma tarde anunciada
Que como orvalho em minha estrada se fez esparramada lavanda
Que em liberdade me comanda, mantendo-me a alma por ela aprisionada!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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