SER CORINTHIANS É COMO AMAR, UM AMOR DE PAI PRA FILHO

Recordo da 1º vez que este coração sentiu a força que o Corinthians exerce em tantos corações. O ano era 1988, final do paulistão, coringão x guarani e um jogador chamado Viola faz na prorrogação o gol do título naquele ano. Em 90, campeão brasileiro com Neto e Cia. E digo que nestas duas conquistas foram onde ficaram registradas palavras, afeto, lágrimas, conselhos de quem já havia vivido um jejum de 23 anos sem títulos expressivos, mas como uma verdadeira nação, cresceu, multiplicou-se e ele como tantos outros loucos, sofredores, corinthianos de todas as cores, raças e credos me ensinou a viver esta paixão chamada Corinthians. Este cara era meu pai, Etevan Rosa do Prado, filho de corinthiano (meu avô Joaquim).

Lembranças raras, como a 1º vez que entrei no Pacaembu, apenas 09 anos de idade, carregado em seus ombros pra assistir um coringão x botafogo/SP, onde o nosso time ganhou de 05 tentos a zero. Sorte, destino, sei lá. Como a final que este mesmo Paizão me levou no Morumbi, final do Paulista 97, coringão x são paulo, 01 x 00, Corinthians campeão paulista. Emoções que não consigo explicar, pois ouvir o grito da torcida, o vibrar, tudo ao vivo...foi simplesmente maravilhoso !!!

Recordo também de ver a imagem do meu avô Luiz, sentado na varanda de sua casa, radinho de pilha na mão (que guardo comigo até hoje) ouvindo os jogos do nosso Timão, e risos, quando o Corinthians perdia, ele já dizia que iria torcer pelo Juventus da rua Javari. Anos 90, anos de outros títulos, diversas comemorações, anos de jogar bola na rua, quando estava no gol, defender uma bola e gritar Ronaaaaaldo, ou mais tarde gritar Didaaaaaaa !!! Bater minhas faltas nos campinhos de terra ou na rua mesmo de uma calçada à outra, chutar minhas faltas no paredão da casa do Sr. Jorge (meu vizinho) como nosso Marcelinho tão bem fazia... driblar como tantos craques, correr a camisa surrada e suada, pois fui moleque que não ligava muito pra pipas, bicicletas, meu negócio mesmo era jogar bola, o que fiz até meus 16, 17 anos, até tentei fazer teste em time da capital. Falando deste Corinthians, nem citarei mais nomes para não ser injusto com tantos ídolos e craques que já vestiram nosso manto sagrado. Vieram os títulos, comemorações, sejam os campeonatos brasileiros, campeonatos paulistas, copa do Brasil, Mundial de Clubes em 2000, Copa SP de Juniores, bom, costumo dizer que corinthiano comemora até campeonatos de futebol de botão !

O tempo passa, crescemos, conhecemos nossa cara metade, mas nada muda a paixão chamada CORINTHIANS que continua viva, na pele, na alma, no dia a dia, em cada camisa que ganhamos ou compramos, seja o chaveiro, a bola, a caneca ou chaveiro personalizado, no meu lar e de tantos outros corinthianos estão lá demarcando o território destes loucos sofredores. Bendito e iluminado quem disse que este time não tem uma torcida, pois sou parte destes fiéis que sabem que nós torcida é que temos um time e este time tem um nome sagrado desde 01 de Setembro de 1910 chamados SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA.

Hoje vivemos mais uma final, Libertadores da América, neste 04 de julho de 2012, palavras que registrei até o momento e outras tantas histórias que sempre serão lembradas com carinho, pois falar do nosso Corinthians é e sempre será especial. Minha esposa (que torce pra qualquer time menos pro meu corinthians... rs) me presenteou também com nosso/seu avozinho Idalé que faço questão de citar aqui, pois este era um verdadeiro corinthiano. Tantos amigos, primos, vizinhos, colegas de trabalho, hoje vestirão suas camisas e como eu, vamos nos entregar de corpo e alma, durante 90 minutos, seremos 30 milhões de vozes na vitória ou na derrota cataremos por ti CORINTHIANS.

O que seriam apenas algumas letras, tornaram-se um belo texto. Não tenho intenção de homenagear, ter este texto em páginas de jornal, apenas uma forma de colocar em palavras o que significa este clube pra mim. Digo de coração que sou neto, filho, eu sou CORINTHIANO de coração, pois nascemos assim. Sou primo, amigo, padrinho, genro de palmeirenses, santistas e sãopaulinos que com a devida emoção são também lembrados aqui, pois sem eles, sem esta torcida contra, não teríamos este brilho, a discórdia de gerar tanto AMOR e ÓDIO ao mesmo tempo.

Também sou pai de 02 lindos meninos João Pedro e Luiz Eduardo. Meu primogênito não foi induzido a nada, nem deixaram, mas quando tinha uns 02 anos começou a correr atrás da bola e gritar: coiinntchaaa !!! já era, no outro dia já estava devidamente uniformizado com camisa, shorts, meião e chuteira. Continuando esta bendita sina corinthiana em nossa família, meu filho caçula foi engraçado. Aprendeu primeiro a falar CORINTHIANS, GOL ! depois começou a falar papai, mamãe... é só o Luiz ver na TV, na internet, fotos, qualquer imagem do nosso Corinthians, que já sai gritando: GOOOLLL COINTCHAAA !

È isso. Meus meninos já estão com a camisa do nosso Timão, ainda meio distraídos com seus brinquedos, desenhos, mas como eu com a camisa no peito e nosso Corinthians no coração, nessa mesma idade já olhava a TV, no rádio e ouvia o eco vibrante desta apaixonada torcida.

E inesquecível será som, a voz do meu Pai dizendo: SER CORINTHANS É COMO AMAR, UM AMOR DE PAI PRA FILHO. Herança única que ganhei e levo no coração (meu pai faleceu em 98) e hoje transmito este bastão aos meus filhos. Vamos Corinthians, pois construiu em minha vida e em tantas outras com certeza, histórias simples, histórias como esta. Obrigado Corinthians, obrigado meu Pai !

Emerson Prado
Enviado por Emerson Prado em 04/07/2012
Reeditado em 05/07/2012
Código do texto: T3760712
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