Machado de Assis, hoje é seu aniversário...
"A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal." Verdades que somente o "Bruxo do Cosme Velho" poderia ter nos deixado como legado. Machado de Assis, sem dúvida, foi um grande expoente da literatura nacional e afirmo, sem sombras de dúvida da universal. Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, veio para mostrar a sua genialidade!
Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentara o autodidata Machado de Assis.
Poema de Machado de Assis na voz de Miguel Falabella. Parte do CD "Momentos de Amor":
http://www.youtube.com/watch?v=kYfDVDGV2hc
De saúde frágil, epilético, gago, sabe-se pouco de sua infância e início da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender. Consta que, em São Cristóvão, conheceu uma senhora francesa, proprietária de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras lições de Francês. Contava, também, com a proteção da madrinha D. Maria José de Mendonça Barroso, viúva do Brigadeiro e Senador do Império Bento Barroso Pereira, proprietária da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
Um dos poemas mais lindos de Machado de Assis:
http://www.youtube.com/watch?v=kn1TsJT0j_Y
Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Um de seus amigos, Faustino Xavier de Novaes (1820-1869), poeta residente em Petrópolis, e jornalista da revista O Futuro,[ estava mantendo sua irmã, a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, desde 1866 em sua casa, quando ela chegou ao Rio de Janeiro do Porto. Suas cartas endereçadas a Carolina são todas assinadas como "Machadinho
Seriado baseado no livro Dom Casmurro de Machado de Assis_ Capitu - Capítulo 1 -
http://www.youtube.com/watch?v=pSnTjEV6MHM&feature=related
Inspirados na Academia Francesa, Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça, e o grupo de intelectuais da Revista Brasileiraidearam e fundaram, em 1897, junto ao entusiasmado e apoiador Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras, com o objetivo de cultuar a cultura brasileira e, principalmente, a literatura nacional.[
O capítulo final de Memórias Póstumas de Brás Cubas é exemplo cabal do pessimismo que vigora na fase madura de Machado de Assis e do narrador morto:
Este último capítulo é todo de negativas.
"Não alcancei a celebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas, coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto. Mais; não padeci a morte de D. Plácida, nem a semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra, e conseguintemente que saí quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."
— Memórias Póstumas de Brás Cubas, Capítulo CLX
"Figuras do narrador machadiano". In: Cadernos de Literatura Brasileira, n. 23/24, jul 2008, Instituto Moreira Salles, São Paulo
Brás Cubas em três versões. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
Assis, Machado de. Obra Completa, org. por Afrânio Coutinho. Rio, Aguilar, 1971.
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