Refugiados


Ora pro nobis
sofredores natos
(des)naturados no parto-dor,
padecidos no seio das Evas da vida
(des)figurados na imagem
ao lado do Criador.

Ora pro nobis
peca(dores) impetrados pelo mal
já no seio-costela materna.
(Re)colhidos no húmus
infectado pela liberdade
de pensar e agir.

A PAZ, fruto da justiça e do AMOR, está condicionada a um viver digno.
Tornar alguém refugiado...
Ofensa ao irmão é ofensa a DEUS PAI.
É terrível e inconcebível realidade.
                                                               

Refugiados: denúncia viva do desamor. Neles a criação se degrada.

Refugiados: cruel realidade nas entranhas dos artifícios e malícias da impunidade assumida.

Refugiados: Até quando prosseguir carregando baldes furados, bocas famintas, corpos feridos, devassas e opressões?

Refugiados: importa apostar ser possível a paz-convivência sem exclusões.

“A gente se acostuma a tudo. Até com a dor”
-Françoise Sagan-

“A gente se acostuma, mas não deveria”
-Marina Colassanti-




(In memoriam  Zak-Ch Ibrahim Islamen, meu pai)
*fotos: 1- acampamento Dagahaley do campo de refugiados Dadaab – Quênia.
2- acampamento de refugiados sírios na Turquia