BREVE HISTÓRICO DA CIDADE DE ITINGA-MG
A história de Itinga (vocábulo quer dizer Água Branca ou Rio de Águas Claras) não difere muito da história das demais cidades da região. Ainda há muito pouco material pesquisado que possa efetivar a comprovação dos fatos. Mas, o fato é que os primeiros colonizadores que chegaram foi na busca de ouro e diamantes. A região era habitada por índios da tribo dos Botocudos, que ora alguns documentos dizem que foram hostis e resistentes, ora falam que não se opuseram, veja alguns trechos:
"Não opuseram os indígenas a qualquer obstáculo... mantendo sempre isolados e indiferentes" (Jurandir Pires Ferreira).
"... foram ferrenhas as hostilidades e cruéis as pelejas travadas com os silvícolas..." (Maria Nelly Chaves Jardim).
O fato é que de uma forma ou de outra o colonizador se sobrepôs.
Essas terras pertenciam Capitania da Bahia. Por volta de 1804, por ordem do governador da Capitania, o capitão-mor João da Silva Santos, fazendo um reconhecimento da região, subiu o rio Jequitinhonha com sua frota de canoas até onde hoje é Itira, na época Barra do Pontal, onde os rios Jequitinhonha e Araçuaí se encontram.
Em 1810, por ordem do príncipe regente D. João VI, chega à região o alferes Julião Fernandes Leão que vai fundar os acampamentos militares, que ficaram conhecidos com "Quartéis", que na verdade eram postos de fiscalização para conter o contrabando de diamantes e ouro e para resolver as contendas. A cada 50 léguas criava se um "Quartel", em Itinga foi instalado as margens do córrego Teixeira, na margem direita do Jequitinhonha. Na mesma época o alferes abriu uma estrada margeando a direita do Jequitinhonha desde onde o córrego Piauí deságua até Belmonte na Bahia.
Nessa parte da história há um espaço vazio, não há relatos ou documentos do porque que a origem da cidade não foi na região do Quartel, mas sim, na Barra do rio Itinga, na outra margem do rio distante dezenas de quilômetros.
Os primeiros povoadores foram: Romão da Silva Cardoso, Maria Antunes de Oliveira e Agostinho Maria de Jesus. Em 1817, estabelece na região da Barra do rio Itinga o tenente Martiniano Antunes de Oliveira, o fazendeiro João Batista Lobato e Manoel de Jesus Maria e vão formar o arraial Santo Antonio da Barra de Itinga.
Em 1831 passou a se distrito de paz do município do Rio Pardo e em 1840 é transferido para o município de Minas Novas pela Resolução Provincial nº 167.
Em 1841, Martiniano Antunes de Oliveira e João Batista Lobato, donos de grandes extensões de terras, doam um terreno situado a um quarto de léguas ria acima, numa área de terreno mais elevado, para que o arraial seja transferido. Neste mesmo ano o senhor Manoel de Oliveira Castro se transfere para o novo local e outros vão chegando. Em 1842 erigiram uma capela com a cooperação do missionário Padre Antonio Spínola e do capuchinho frei Domingos Casali, o arraial foi crescendo, tornou se o entreposto comercial mais importante nas negociações das tropas que traziam produtos do sertão com os canoeiros que levavam e traziam mercadorias para o sul, o comercio da região convergia se todo aqui.
Em 1854 é elevada a categoria de Paróquia pela Lei 670. Em 1891 deixa de pertencer a Minas Novas e passa a ser distrito de Araçuaí pela Lei estadual 843 de 7 de setembro de 1923.
Itinga, que ainda era Santo Antonio da Barra de Itinga, atinge seu auge econômico entre 1880 a 1904, nesse período além do forte comércio, o senhor João Antonio da Silva Pereira em sociedade com o senhor Candido Freire Murta, aproveitando a produção de algodão que era farta na região, instala na fazenda Água Fria a "Fabrica de Tecidos Bom Jesus da Lapa da Água Fria" - Companhia Pereira e Murta, com maquinas pesadíssimas importadas da Europa, trazidas por canoas e tração animal. Também é instalada na região de Santa Maria uma fabrica de açúcar e rapadura. Anos mais tarde, alguns relatam que em 1904 outros que em 1928, a fabrica de tecidos fecha, por problemas de ordem econômica e administrativa ou pela enchente de 28, o fato é que afetou profundamente a economia, estacionando seu progresso. E com a enchente só piorou, um dos fatores que explicam porque somente em 1943 é que foi emancipada.
Pela Lei 1058 de 31 de dezembro de 1943 Itinga é emancipada com este nome.
Christiane Cardoso Teixeira - Estudante de História
Referências Bibliográficas
JARDIM, Maria Nelly Lages. O Vale e a Vida: História do Jequitinhonha . Armazém de Idéias, 1998 - Belo Horizonte
PINTO, José Claudionor dos Santos e TEIXEIRA,Christiane Cardoso. Pesquisa da História de Itinga. 1997.
FERREIRA, Jurandir Pires. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. IBGE, 1958.
AGORA ME LEMBREI. A MINHA MÃE FALAVA QUE O MEU AVÔ CHEGOU NA CIDADE POR VOLTA DO ANO 1930 A 1940. ESSA FÁBRICA RELATADA NO TEXTO ACIMA É LÁ ONDE ERA A FAZENDA DO MEU AVÔ. ELE DEVE TER CHEGADO NA CIDADE E COMPRADO A MESMA DO DONO ANTERIOR.ESSA PARTE AQUI FOI ESCRITA POR MIM: MARGARETH RAFAEL.COMO EM ITAMBACURI. LÁ NA MINHA CIDADE NATAL FOI POVOADA PRIMEIRAMENTE POR ÍNDIOS. É O QUE CONTA O RELATO ACIMA PESQUISADO NA INTERNET.
A história de Itinga (vocábulo quer dizer Água Branca ou Rio de Águas Claras) não difere muito da história das demais cidades da região. Ainda há muito pouco material pesquisado que possa efetivar a comprovação dos fatos. Mas, o fato é que os primeiros colonizadores que chegaram foi na busca de ouro e diamantes. A região era habitada por índios da tribo dos Botocudos, que ora alguns documentos dizem que foram hostis e resistentes, ora falam que não se opuseram, veja alguns trechos:
"Não opuseram os indígenas a qualquer obstáculo... mantendo sempre isolados e indiferentes" (Jurandir Pires Ferreira).
"... foram ferrenhas as hostilidades e cruéis as pelejas travadas com os silvícolas..." (Maria Nelly Chaves Jardim).
O fato é que de uma forma ou de outra o colonizador se sobrepôs.
Essas terras pertenciam Capitania da Bahia. Por volta de 1804, por ordem do governador da Capitania, o capitão-mor João da Silva Santos, fazendo um reconhecimento da região, subiu o rio Jequitinhonha com sua frota de canoas até onde hoje é Itira, na época Barra do Pontal, onde os rios Jequitinhonha e Araçuaí se encontram.
Em 1810, por ordem do príncipe regente D. João VI, chega à região o alferes Julião Fernandes Leão que vai fundar os acampamentos militares, que ficaram conhecidos com "Quartéis", que na verdade eram postos de fiscalização para conter o contrabando de diamantes e ouro e para resolver as contendas. A cada 50 léguas criava se um "Quartel", em Itinga foi instalado as margens do córrego Teixeira, na margem direita do Jequitinhonha. Na mesma época o alferes abriu uma estrada margeando a direita do Jequitinhonha desde onde o córrego Piauí deságua até Belmonte na Bahia.
Nessa parte da história há um espaço vazio, não há relatos ou documentos do porque que a origem da cidade não foi na região do Quartel, mas sim, na Barra do rio Itinga, na outra margem do rio distante dezenas de quilômetros.
Os primeiros povoadores foram: Romão da Silva Cardoso, Maria Antunes de Oliveira e Agostinho Maria de Jesus. Em 1817, estabelece na região da Barra do rio Itinga o tenente Martiniano Antunes de Oliveira, o fazendeiro João Batista Lobato e Manoel de Jesus Maria e vão formar o arraial Santo Antonio da Barra de Itinga.
Em 1831 passou a se distrito de paz do município do Rio Pardo e em 1840 é transferido para o município de Minas Novas pela Resolução Provincial nº 167.
Em 1841, Martiniano Antunes de Oliveira e João Batista Lobato, donos de grandes extensões de terras, doam um terreno situado a um quarto de léguas ria acima, numa área de terreno mais elevado, para que o arraial seja transferido. Neste mesmo ano o senhor Manoel de Oliveira Castro se transfere para o novo local e outros vão chegando. Em 1842 erigiram uma capela com a cooperação do missionário Padre Antonio Spínola e do capuchinho frei Domingos Casali, o arraial foi crescendo, tornou se o entreposto comercial mais importante nas negociações das tropas que traziam produtos do sertão com os canoeiros que levavam e traziam mercadorias para o sul, o comercio da região convergia se todo aqui.
Em 1854 é elevada a categoria de Paróquia pela Lei 670. Em 1891 deixa de pertencer a Minas Novas e passa a ser distrito de Araçuaí pela Lei estadual 843 de 7 de setembro de 1923.
Itinga, que ainda era Santo Antonio da Barra de Itinga, atinge seu auge econômico entre 1880 a 1904, nesse período além do forte comércio, o senhor João Antonio da Silva Pereira em sociedade com o senhor Candido Freire Murta, aproveitando a produção de algodão que era farta na região, instala na fazenda Água Fria a "Fabrica de Tecidos Bom Jesus da Lapa da Água Fria" - Companhia Pereira e Murta, com maquinas pesadíssimas importadas da Europa, trazidas por canoas e tração animal. Também é instalada na região de Santa Maria uma fabrica de açúcar e rapadura. Anos mais tarde, alguns relatam que em 1904 outros que em 1928, a fabrica de tecidos fecha, por problemas de ordem econômica e administrativa ou pela enchente de 28, o fato é que afetou profundamente a economia, estacionando seu progresso. E com a enchente só piorou, um dos fatores que explicam porque somente em 1943 é que foi emancipada.
Pela Lei 1058 de 31 de dezembro de 1943 Itinga é emancipada com este nome.
Christiane Cardoso Teixeira - Estudante de História
Referências Bibliográficas
JARDIM, Maria Nelly Lages. O Vale e a Vida: História do Jequitinhonha . Armazém de Idéias, 1998 - Belo Horizonte
PINTO, José Claudionor dos Santos e TEIXEIRA,Christiane Cardoso. Pesquisa da História de Itinga. 1997.
FERREIRA, Jurandir Pires. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. IBGE, 1958.
AGORA ME LEMBREI. A MINHA MÃE FALAVA QUE O MEU AVÔ CHEGOU NA CIDADE POR VOLTA DO ANO 1930 A 1940. ESSA FÁBRICA RELATADA NO TEXTO ACIMA É LÁ ONDE ERA A FAZENDA DO MEU AVÔ. ELE DEVE TER CHEGADO NA CIDADE E COMPRADO A MESMA DO DONO ANTERIOR.ESSA PARTE AQUI FOI ESCRITA POR MIM: MARGARETH RAFAEL.COMO EM ITAMBACURI. LÁ NA MINHA CIDADE NATAL FOI POVOADA PRIMEIRAMENTE POR ÍNDIOS. É O QUE CONTA O RELATO ACIMA PESQUISADO NA INTERNET.