O dono da terra
É difícil de acreditar
que nesta terra milenar,
antes de o branco chegar,
dos nativos ela era o lar.
Eles viviam contentes,
em harmonia com a natueza
e isto era bem evidente.
Os índios faziam tantas coisas:
cestos, balaios, arcos e flechas,
utensílios de barro imponentes,
faziam da dança e da música
a alegria de toda a gente.
Caçavam, plantavam e pescavam,
com armas simples e inteligentes.
O seu objetivo, simplesmente,
era a sobrevivência e a união,
eles não tinham ambição.
Um dia surgiu o homem branco,
ensinou ao índio coisas diferentes,
que só ele considerava importante:
mostrou-lhe a ganãncia, o interesse
e que tudo tinha um preço;
transformou sua pureza e inocência
em esperteza e malandragem,
alterando a sua imagem.
O índio mudou de repente,
mas foi logo enganado pela frente:
foi escravizado, injustiçado e dizimado,
perdendo a sua honra e seu espaço;
tiraram-lhe o seu regaço,
o seu sossego e o seu traço.
E, assim, ele perdeu sua identidade
sua nação e sua própria vontade.
Os donos da terra, da nossa pátria,
eram milhares, antigamente,
agora não resta nem um terço
de toda a sua gente.
E até o Dia do Índio,
que é 19 de abril,
não é mais relembrado,
nem ao menos comemorado
pelos que aqui estão.
E tudo isso tem um nome
chama-se "AMBIÇÃO"