DZI CROQUETES
Um dia que não sei dizer qual, nem quando.
Ditadura comendo solta.
Esquadrão da morte dizimando todos os pensamentos contrários.
Televisão, rádios, jornais, a assim chamada mídia, homogeneizando pensamentos, dominando, transformando jornalistas e publicitários em intelectuais.
Resolvemos sair para assistir um espetáculo no Maria Della Costa. A única coisa que sabíamos é que Lenie Dale estava no elenco e como éramos fãs, fomos.
Normal na época, encontrar conhecidos em portas de cinema, teatros em qualquer lugar que valesse a pena ir e tentar entrar de graça, mesmo tendo dinheiro.
Teatro lotado. Não sabíamos o que esperar. Ninguém sabia.
Nunca fomos conformados. Nunca aceitamos o pensamento coletivo, todo mundo vestindo, falando, cantando e principalmente, pensando igual.
Ao menos era o que pensávamos.
Quando terminou o espetáculo, e a luz acendeu, foi como se tivéssemos nascidos ali, de novo.
Preceitos, conceitos, preconceitos. Costumes. Moralidade. Religiosidade. E principalmente: “CORAGEM”!
Quem viu, viu.
Não há na pasteurização coletiva de hoje, parâmetros para exemplificar o que ocorreu há uns quarenta anos, nada que possa impactar tanto.