Á minha irmã caçula

Á minha irmã caçula, Priscilla

Uma singela Homenagem.

Ela era um anjinho quando nasceu - quase não chorava, se o fazia era porque estava com fome ou tinha sujado as fraldas. Eu tinha 8 anos quando eu a peguei no colo. Tinha um rostinho branquinho, olhos escuros que pareciam duas jabuticabas e um sorriso doce. Eu tinha medo de segurá-la, eu achava que o bebê podia cair no chão. E quando ela passou a dormir comigo? eu ficava com medo de me virar e amassá-la!! era tão pequenininha. O único incômodo real, era que ela dormia agarrada aos meus cabelos e quando me virava - sentia um puxão, ficava pê da vida, mas quando eu encarava o motivo daquele desconforto - era nada menos que um monte de cabelos em sua delicada mãozinha.

Uma das horas que eu mais gostava era a do banho. Em sua banheira rosa, eu jogava todos os tipos de apetrechos para nós duas brincarmos na água. Tinha um patinho amarelo que quando apertava fazia um ruído que parecia uma buzina, ela adorava aquele pato! depois eu a recolhia em volta a sua toalha de capuz rosa também - deve ser por isso que hoje ela gosta tanto de rosa! eu a vestia no seu mimoso macacão de bichinho.

Eu tive que fazer sua mamadeira, trocar suas fraldas, dar banho, embalar para dormir. Ás vezes eu achava um saco ter que cuidar da minha irmã bebê - mas quando olhava seu rostinho ora rindo, ora triste por eu estar " indo embora" porque muitas vezes fugia dela, para andar de bicicleta, mas logo voltava - porque seu rostinho doce e angelical não saiam da minha mente de criança. Voltava não sabendo o porquê, mas quando olhava para ela em volta a uma mantinha branca, sabia porque tinha retornado. Ela estava bem quietinha, com a sua chupeta na boca, enroladinha no cobertor, olhando para o nada sem conseguir dormir. Eu sabia como dar um jeito na situação - era só pegar a fralda, embalar a bebê no meu colo e cantar um canção de ninar, então eu fazia isso. Mas tinha vezes que ela não queria dormir, só queria brincar - pois na hora que eu tirava a fralda do rostinho dela, ela me olhava e sorria - aquela risada gostosa de bebê - ela estava "tirando" uma comigo. Tem muitas coisas que vivi junto a esse bebê, um dos dias mais significativos foi quando eu cheguei da escola e ela não parava de chorar, então ela me viu - mexeu as pequenas mãozinhas em um gesto " me pegue no colo" se acalmou. Ou quando ela falou ou tentou falar meu nome " Chele" tudo bem não falar o Mí..rs

Eu só sei que o tempo passou, essa bebê - hoje faz 21 anos...ufaaa..quanto tempo! é uma moça. Hoje eu vejo que ela faz unhas, pinta cabelo, se maquia, se arruma, enfim, minha irmã caçula - cresceu!! e já não consigo mais pegá-la no colo porque ela é do meu tamanho! engraçado que só nós duas de casa saímos baixinhas. Ás vezes eu a olho e ela tem o mesmo riso de bebê sapeca que me sacaneava quando eu a embalava para dormir.

E quando ela quer fazer algo novo? vem correndo me contar. Foi assim quando eu a acompanhei para fazer sua tatuagem de borboleta e colocar seu piercing. Ficou maneiro.

Engraçado, que eu sinto quando ela não está bem e me alegro quando está feliz. Ás vezes ela não entende porque eu aperto as bochechas dela ou dou um abração de urso!! é porque para mim, ela sempre será a minha bebê - mesmo grande. Coisa de irmã mais velha e muito coruja, por sinal.

Não sei exatamente a definição de AMOR, mas eu vejo minha irmãzinha caçula como se fosse uma extensão da minha alma.

Prí - Parabéns, Eu agradeço todos os dias por Deus ter sido tão bom, porque conviver com você é um presente! Amo você.

Anna Azevedo
Enviado por Anna Azevedo em 29/05/2012
Reeditado em 29/05/2012
Código do texto: T3693871
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