NOS CAMINHOS DA PRAÇA
O que dizer? O que pensar? O que escrever
Para depois se fazer entender ou mesmo
dizer o que se sente para se fazer pensar?
Não é tão difícil falar, o melhor é sentir. Mesmo
porque quanto mais falamos, às vezes tanto menos
sentimos. E é no ato de sentir que fazemos a
diferença.
Diferença que nos torna não melhores nem piores,
apenas, gente. Gente que ama e busca ser amada
e que segue um rumo denominado felicidade.
E no caminho nós buscamos. Buscamos sorrir,
ainda que nosso riso não seja mais sério; mas é
um riso solto, quase louco, cheio de caminhos e
descaminhos, mistério.
E viandante olhei e você estava lá. Despreocupado
ou preocupado, sem tanto demonstrar!
Caminhamos juntos sobre o mesmo chão e sob o mesmo
teto louvamos, evidenciamos a mesma luta e a
injustiça da qual não quisemos participar.
E outra vez, em meio à praça, estava eu sozinho lá.
Sentado, alguém a encontrar, olhando e esperando
num gesto eterno de contemplar. Olhei e outra vez
você estava lá. De novo a me falar e eu a te escutar.
Noutras estradas pudemos depois nos encontrar!
E nesse reencontro a satisfação e a emoção de
quem sabe partilhar, palmilhar, ainda que seja íngreme
e penoso o caminho.
De relance olhei e mais uma vez reparei que não
estava sozinho. Havia mais gente em nosso caminho!
Gente com a gente sorrindo, alegrando-se, sentindo
como é bom nosso jeito de andar.
Ah! É salutar olhar de novo. E sei que lá e cá você
vai sempre estar! com altivez as mesmas lutas e
outros sonhos iremos concretizar.