DE PEITO ABERTO
DE PEITO ABERTO
(Para minha raínha Irany Ávila Ferreira - in memoriam)
A dor é um sentimento imanente ao homem.
Ah! A dor! Essa que me invade e devora-me.
Deixando-me de peito aberto, dilacerado... moído!
Deparo-me fragilizada sem reconhecer os caminhos que levam à paz... de espírito... de alma.
É... vencida pela dor da perda!
Que nem o tempo pode abrandar.
Ainda não consigo digerir a sua falta no meu cotidiano.
Nem preencher o vazio imenso... que me toma a alma por inteiro.
O meu coração sangra... e nada posso fazer
Senão permitir que ela, a dor, esvoace... e feito o pólen
Fecunde em mim apenas as lembranças
Levando essa dor sem fim.
Pois é, minha abelha raínha, você partiu
Para aquela viagem sem fim.
Deixando esse gosto amargo da saudade!
Tivemos as nossas cumplicidades! Mas não pude evitar
Que você partisse assim... sem ao menos se despedir de mim.
Não importa o que eu faça... sofra... sinta
Não importa o quanto a dor dure... perdure.
Ah, raínha, minha! Continue o seu caminho
Pois se eu te dei todo o meu carinho
Deus haverá de te dar um aconchegante ninho!