Mãe – Um anjo feito mulher - para todas as mães
Mãe – Um anjo feito mulher
Ofereço-te estas flores minha querida mãe e nelas espero que sintas os perfumes das flores do jardim do paraíso, onde mulheres devotadas como você um dia irão morar e embelecer esse jardim junto aos anjos, junto de Deus.
Vejo em cada uma das pétalas dessas flores o imensurável amor e os cuidados pelos quais cuidou de seus filhos. Vejo-te em velado silêncio conversando com Deus, pedindo para nos livrar das artimanhas dos inimigos, das dores físicas, das armadilhas morais e do vazio do espírito.
Observando-te mais atentamente vejo nas suas rugas e nas marcas que o tempo deixou, uma auréola de luz perene conquistada junto ao Superior, graças a sua constante dedicação e abnegado interesse material.
Hoje as marcas do tempo são visíveis no seu trôpego caminhar, nas suas confusas lembranças, no seu olhar opaco que insiste em nos ver tal qual menino, tão dependente de seus doces carinhos.
A vida vai passando tal quais as águas de um rio. Os filhos casam, separam-se , aceleram, desaceleram, aquietam,viajam, desaparecem, mas você mamãe está sempre nos aguardando, sempre esperando a balburdia dos netos. Sempre com a mesa posta, com o riso franco e a inevitável volta ao passado, ao passado de nossa juventude registrada nas velhas fotografias e no retrato de família emoldurado na parede da sala de estar.
Mamãe, que saudades da sua zanga, de seus conselhos, do seu tempero ,de seus curativos nos joelhos ralados, e dos curativos que aplicavas no nosso ego aplacando os nossos melindres.
Mãe, na beleza dessas flores quero restituir-te um pouquinho das fantasias e dos castelos fantásticos com os quais, em entusiasmada narrativa nos levou a viajar por estranhas terras, profundos oceanos, bosques encantados, campos floridos e por diversos reinos de fadas e princesas, reis, rainhas, cavaleiros e animais falantes.
Essas fantasias nos ajudaram muito a viver frente a duras realidades, pois às vezes é preferível viver num mundo de faz de conta do que fazer conta das dores.
Obrigado mamãe querida, por nos ensinar a repartir o pão, a ser tolerante, a respeitar , a amar , a viver nosso tempo da doce infância independentemente das agruras pelas quais você passou.
Mãe, com estas flores quero desculpar pelas noites insones que lhe causamos nas nossas errantes adolescências e pela imaturidade que ainda nos acompanha.
Desculpe o beijo de boa noite esquecido. Desculpe a solidão que imputamos quando em desvairada paixão nos perdemos nas estradas dos prazeres.
Desculpe pelo jantar que não provamos, pelo seu aniversário que esquecemos. Desculpe por deixá-la com uma lágrima suspensa quando partimos. A beleza de seu olhar e a luz da sua alma não nos deixava enxergar o quanto você sofria, pois as tuas bênçãos nos bastavam. Éramos egoístas.
Mãe, ao olharmos novamente para a casa que um dia deixamos, apraz –nos agradável lembrança, as vívidas lembranças de quando eras mais jovem e nos sustinha com seu semblante sereno e com o fingido autoritarismo
(porque por dentro você amolecia) com que nos admoestavas.
Mãe, seu eu pudesse eu reteria o tempo, adiaria a velhice e gravava cada uma de suas sábias palavras para que as mesmas fossem usadas para decifrar os mistérios da vida, cada um dos mistérios por trás de toda ciência que só você soube e ainda sabe desvendar.
Obrigado mamãe. Estas flores são para você .Em cada pétala desejamos que você receba carinhosamente os perfumes das benevolências celestiais e os nossos agradecimentos eternos por ser a nossa guardiã e nosso anjo celestial feito mulher.
Guilhermino