José

Homem de poucos amigos,

Uns poucos que conhecia eram os animais.

De sua história pouco conheço,

E o pouco que sei foi contado pelos outros.

Entre um cigarro e outro, suas indagações borbulhavam na sua cabeça.

De pouca conversa, poucas vezes falava,

A não ser quando incentivado por uma dose, elas a público se mostravam

Lembro de sua indignação ou espanto referente a relação entre distância e tempo,

Como uma mesma distância pode ser percorrida em tempos muito diferentes?

E sua constatação e admiração sobre esta relatividade.

Seus maiores companheiros eram os livros, acredito pelo fato de estar aprisionado a carne, usava-os como instrumento para conhecer outros mundos e em busca de respostas para seus questionamentos.

Acredito que suas revoltas talvez fossem resultados da inconformidade de não ter buscado o que realmente queria, a qualquer sinal de discordância procurava a fuga.

Sabia que este mundo a ele não pertencia, estava aqui apenas de passagem e sua sede de conhecimento a toda hora indicava isso.

Se foi deste mundo de forma rápida, estimulado pelo cigarro, seu parceiro das indagações.

Trilhamos de forma diferente nossos caminhas de inquietações e curiosidades, mas os questionamentos talvez parecidos.

Vá com Deus meu amigo, que todas suas dúvidas sejam esclarecidas e que em nosso próximo encontro você ajude a solucionar as minhas.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 03/05/2012
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