José
Homem de poucos amigos,
Uns poucos que conhecia eram os animais.
De sua história pouco conheço,
E o pouco que sei foi contado pelos outros.
Entre um cigarro e outro, suas indagações borbulhavam na sua cabeça.
De pouca conversa, poucas vezes falava,
A não ser quando incentivado por uma dose, elas a público se mostravam
Lembro de sua indignação ou espanto referente a relação entre distância e tempo,
Como uma mesma distância pode ser percorrida em tempos muito diferentes?
E sua constatação e admiração sobre esta relatividade.
Seus maiores companheiros eram os livros, acredito pelo fato de estar aprisionado a carne, usava-os como instrumento para conhecer outros mundos e em busca de respostas para seus questionamentos.
Acredito que suas revoltas talvez fossem resultados da inconformidade de não ter buscado o que realmente queria, a qualquer sinal de discordância procurava a fuga.
Sabia que este mundo a ele não pertencia, estava aqui apenas de passagem e sua sede de conhecimento a toda hora indicava isso.
Se foi deste mundo de forma rápida, estimulado pelo cigarro, seu parceiro das indagações.
Trilhamos de forma diferente nossos caminhas de inquietações e curiosidades, mas os questionamentos talvez parecidos.
Vá com Deus meu amigo, que todas suas dúvidas sejam esclarecidas e que em nosso próximo encontro você ajude a solucionar as minhas.